Login do usuário

Aramis

Aécio, o diretor

Com "Entardecer das Ilusões", Aécio de Andrade, baiano de Vitória da Conquista, 57 anos, chega ao seu quinto longa-metragem. Não se pode dizer que seja um nome conhecido no cinema brasileiro, mas isto faz parte da própria estrutura que condena tantos longa-metragens a um injusto esquecimento. Por exemplo, há 30 anos, começou como ator numa produção complicadíssima - "Juventude Sem Amanhã", iniciada por Alzevir Pereira da Silva - que se suicidou durante as filmagens, foi substituído por João César Galvão, e que acabou tendo a finalização do próprio Aécio. Alzevir suicidou-se devido as chantagens de Fred Dalton, que naquela época, editava revistas de escândalos ("Confidencial", "Código Secreto", "Moral") e que pressionava financeiramente artistas - a exemplo do que aconteceu também nos EUA, com publicações da chamada Imprensa Marrom. Aécio recorda-se: "- Foi o suicídio de Alzevir que provocou o fechamento das revistas de chantagem, cheguei a desafiá-lo para um duelo na galeria Cruzeiro, que motivou manchetes da "Última Hora", com a cobertura de Amada Batista". Atuando como argumentista, roteirista e, especialmente, diretor - além de professor de teatro, Aécio participou de mais de 60 filmes, entre longas, curtas , filmes institucionais e publicitários. Um de seus longas foi "Tropeiro, Cruzada da Esperança", rodado no interior da Bahia. Em 1972 fez "A Volta pela Estrada da Violência" e entre os roteiros para longas desenvolveu então "Um Cachorro no Soçaite", "Os Imortais", "Veredas do Cangaço", "Criado para Matar" e "Garganta do Esqueleto", entre outros. No ano passado, em Petrópolis, rodou "Final da Emoção", agora em fase de finalização. Autor de um "Manual de Cinema", em 8 volumes - a espera de editor - assim como de um "Manual da Política", também inédito, Aécio tem muitos projetos. Um deles, para o qual já dispõe de toda uma programação idealizada, está em conseguir o primeiro canal ecológico da televisão brasileira. Sem revelar maiores detalhes, diz: - Será um projeto revolucionário e necessário, semelhante a alguns que já foram desenvolvidos na Europa.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
17/03/1988

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br