"Aguirre" hoje e amanhã, um filme inquitante
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de maio de 1980
Hoje e amanhã, no Cinema 1, oportunidade de assistir, em 4 sessões, << Aguirre, a Cólera dos Deuses >>, que Werner Herzog realizou há 8 anos, mas que é o seu filme mais badalado. O crítico alemão Siegrid Schober escreveu a respeito: << Aguirre - este navegador do Amazonas, louco e impetuoso, conquistador de 1560, procurando o legendário país de ouro chamado Eldorado, é acometido pela imaginação de encenar uma história, assim como se encena histórias de teatro. É uma figura maliciosa e ridícula. Klaus Kinski, muitas vezes impetuoso e freado por Herzog, desempenha o papel de um ditador leviano e sem escrúpulos. Não é levado ao céu brilhante do cinema, mas apresentado por Herzog de maneira tão simples e banal e por isso fácil de ser considerado dos pés à cabeça um Aguirre idêntico. Num filme de Hollywood ele teria sido a figura central de um homem desumano, sem sentimentos e escrúpulos, mas de uma grande personalidade, esmagado pela sua própria visão. Herzog, porém, o apresenta como um louco dinâmico, dominado pela ambição do poder e glória, destruído por completo uma comunidade humana oprimida >>. Um filme inquietante, inteligente e que merece ser visto.
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