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Airto agora virá em agosto. Com a Flora

A novela da temporada de Airto Moreira no Brasil se estende por vários meses. No final do ano passado, quando esteve aqui, no Natal, revendo sua família, Airto estabeleceu uma série de contatos para detalhar as apresentações que faria com a esposa Flora Purim e uma banda especial, com apresentações no Rio, São Paulo, Curitiba e, talvez, Porto Alegre e Belo Horizonte. Posteriormente, o empresário Attilio Vanucci Filho (o "Júnior") envolveu-se na transação e ao invés de Airto e Flora, anunciou que viria Airto e o guitarrista Al Di Meola (juntos, já fizeram dois Lps, editados no Brasil pela Odeon). Airto, em telefonema da Califórnia, avisou seus familiares de que não viria, mas o empresário insistiu em confirmar datas em março, no Guaíra, para o show. Que acabou não acontecendo, dando-se como (esfarrapada) desculpa "a mudança da economia do Brasil". Agora, anuncia-se novamente a vinda de Airto e Flora ao Brasil. Segundo foi divulgado na imprensa paulista eles chegariam dia 19 de agosto para uma série de apresentações em São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Antes de virem ao Brasil, Airto e Flora estarão participando, mais uma vez, do Playboy Jazz Festival, em junho, ao lado de superstars como George Benson, Nina Simone, Al Di Meola e Miles Davis. xxx Espera-se que, desta vez, os promotores no Brasil da temporada de Airto e Flora tenham a confirmação correta, para evitar que profissionais da dimensão destes dois artistas sejam prejudicados por irresponsabilidades de empresários que reservam datas no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto e, na última hora, cancelem os espetáculos. A advogada Yara Sarmento, quando diretora de arte e programação da Fundação Teatro Guaíra, procurou, com a coragem e independência, acabar com as jogadas de empresários que buscavam bloquear as melhores datas, chegando a negociá-las. Em 8 de maio de 1984 foi anunciado pelo mesmo "Júnior" (Attilio Vanucci Filho) uma apresentação de Atahualpa Yupanqui, quando, na verdade, o famoso guitarrista e compositor argentino, (radicado há 17 anos em Paris) nem se encontrava no Brasil. Yara não teve dúvidas: acionou o departamento jurídico para processar o empresário por quebra de contrato. Aliás, durante o período em que esteve no Guaíra, Yara - assim como o ex-superintendente Oracy Gemba - agiam com rigor contra os empresários que não cumpriam com suas obrigações. Este ano, numa atitude ridícula a administração do Guaíra tentou fazer editais para ocupação dos auditórios, num fracasso tão grande que a medida teve que ser cancelada. Na noite de quarta-feira, após a estréia de "Negócios de Estado", o ator-produtor Perry Salles, chegou, aliás, a comentar o assunto e dizer, no palco, de que "espero que o superintendente José Basso já tenha revogado esta medida absurda". Afinal, devido às confusões provocadas pelo edital de ocupação do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, quase que Salles foi obrigado a cancelar a temporada de "Negócios de Estado" em Curitiba. xxx A produção de "Negócios de Estado" está de cabelos em pé com o Guaíra. Algumas horas antes da estréia da peça, na tarde de quarta-feira, parte de um cenário (de outro espetáculo) que estava mal colocado na parte superior do palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, veio a baixo e quase destruiu o caro e belo cenário (criado por Gianni Ratto) da peça de Louis Verneuil. Sem dúvida, que a administração do Guaíra precisa ser agilizada...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
10/05/1986

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