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Após vitória, a vez dos vídeos do minuto

A coincidência do Festival do Minuto, iniciado segunda-feira, 25, no Elétrico Cine Clube (Rua Augusta, 973, São Paulo) praticamente emendar com o recém encerrado I Festival Nacional de Vídeo de Vitória, encerrado na noite de domingo, confirma o interesse crescente que o vídeo adquire como manifestação artístico-informativa. Aberto à todas as bitolas - VHS, Super 8, 35mm e Umatic (mas passando depois para vídeo na competição final), com maior cobertura inclusive da imprensa nacional - o Festival do Minuto também é um evento que se abriu a todos os interessados. O prêmio maior a ser anunciado no dia 3 de dezembro é o convite para participar do 6º Encontro Internacional de Vídeo e Televisão de Montebeliard, na França - do qual participou, este anos, a videomaker Mônica E. Deluqui, diretora da "The Academia de Vídeo", uma das principais animadoras do movimento de vídeo no Brasil (*). Para romper o isolamento dos videastas brasileiros - que sofrem problemas idênticos aos dos curta e médiametragistas, que tem seus trabalhos - mesmo quando premiados - condenados a permanecerem inéditos pela falta de um circuito ativo, a secretária Vera Lúcia Viana Corrêa Coimbra, da pasta de Cultura e Esporte da Prefeitura de Vitória, já colocou como prioridade a edição de uma fita com os sete trabalhos premiados no I FENAVI - que incluirá "Cenas de um Sonho Selvagem", do paranaense Tiomkim - destacado como melhor edição e que por apenas um voto perdeu para o mineiro Bruno Viana ("Morte"), o grande prêmio do festival. Com esta iniciativa - com a edição da própria Secretaria Municipal de Cultura e Esporte, associada a Distribuidora Tocantins, única a funcionar fora do eixo Rio-São Paulo - dentro de poucas semanas será possível que os 7 vídeos premiados entre os 25 que disputaram o Festival - possam ser vistos por todos os interessados. Exemplo de evento bem organizado, com uma estrutura econômica, o FENAVI custou apenas Cr$ 27 milhões - Cr$ 13 milhões a menos do que estava orçado a segunda edição do Festival Nacional de Vídeo de Maringá, que por ter sua realização prevista em Cr$ 40 milhões, assustou a diretora do Departamento de Cultura daquela prefeitura, Lídia Narciso, levando-a a cancelar este ano o evento. O que foi lamentável, pois com isto Maringá perdeu a oportunidade de dar continuidade num festival que agora, com o sucesso obtido em Vitória, tem assegurada sua inclusão no calendário nacional, inclusive ampliando-se para as categorias de Umatic e Betamax a partir de 1992. Para o sucesso do Festival de Vitória contou muito a experiência da secretária Vera Lúcia e da coordenadora executiva, Cristina Valadão, vindas da TV Educativa do Espírito Santo, na qual produziram mais de uma centena de programas até o ano passado, quando a convite do prefeito Vitor Ruiz passaram para a Secretaria Municipal de Cultura. Amparadas numa equipe entusiasmada - o jornalista Tavares Dias, o executivo César Batista, as assessoras Ana Maria Piovesan e Teresa Julia Coelho, com Elaine Roven e José Augusto Loureiro como apresentadores, o Festival impressionou pela sua estrutura enxuta e prática - um verdadeiro exemplo de como as atividades culturais podem funcionar quando há uma administração competente, honesta, sem empreguismo, preocupações de marketing político e, sobretudo, voltada a realizar projetos que reflitam a nossa realidade. Assim, gastando menos do que a incompetente FUCUCU estoura em três dias (já que tem custo diário ao redor de Cr$ 10 milhões), o Festival Nacional de Vídeo de Vitória atingiu plenamente seus objetivos e justificou que o prefeito Victor Ruiz, autêntica liderança política e que como um dos três petistas a administrar uma capital no Brasil está vendo sua gestão merecer consagração nacional, ao encerrar o festival anunciasse a sua nova edição, no primeiro semestre de 1992, acoplada a três outros eventos nacionais - música, cinema e dança - que darão uma maior promoção nacional a bela capital do Espírito Santo. Nota (*) Graças exclusivamente a generosidade do Cine Clube Elétrico, o Festival do Minuto, estará sendo apresentado de sexta-feira a domingo, às 19 horas, no Cine Groff. Três vídeos de realizadores de Curitiba foram incluídos na competição: "Diversões 1950", de Joyce da Costa Marques; "Barras", de Carlos Henrique Tulio e "Fred Histérico", de Fernando Severo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
27/11/1991

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