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Aramis

Aqui, Jazz

Em 1955 o crítico de jazz Leonard Feather, ao iniciar a preparação da sua publicação original da "The Encyclopia of Jazz", solicitou a 10 conhecidos críticos que indicassem as 5 figuras mais importantes da história do jazz, levando em conta para esse julgamento as realizações artísticas de cada um e a sua influência generalizada sobre os demais músicos. Os dez homens que responderam a enquente eram Jack Tracy, Nat Hentoff, George Simon, Bill Coss, Bill Grauer, Orrin Keepnews, Marshall Stearns, John Harmmond, Ralph Gleason e Barry Ulanov, na época a nata da vocalista. Ducke criou o famoso "Jungle-Stylke", onde os metais da sua orquestra tocam com rudeza e grande fôrça de expressão, geralmente com os trombones e pistãos em "wa-wa" (a surdina é afastada ou aproximada da campana dos mesmos pela mão do músico, extraindo sons ásperos e totalmente diferentes daqueles quando o instrumento é executado normalmente), dando um efeito de mistério às composições, que tomam um caráter descritivo. A seu crédito também a criação de concertos em miniatura, escrevendo arranjos em torno de um solista da orquestra, seria recompensada por uma audição das mais agradáveis, e os estudiosos teriam oportunidade de analisar a obra de Ellington. Consta que a RCA nacional editará muito breve outro disco de Ellington, e fazemos votos que seja de gravações entre 1939 e 1942, que montam a várias dezenas. Com o material que dispõe, a RCA poderia lançar inúmeros Lps de Duke Ellington, pois temos certeza que público não faltaria para prestigiar tais edições. Ainda no mercado nacional pode-se encontrar 2 discos do famoso maestro um da gravadora (") a 10 conhecidos críticos que indicassem as 5 figuras mais importantes da história do jazz, levando em conta para esse julgamento as realizações artísticas de cada um e a sua influência generalizada sobre os demais músicos. Os dez homens que responderam a enquete eram Jack Tracy, Nat Hentoff, George Simon, Bill Grauer, Orrin Keepnews, Marshall Stearns, John Harmmond, Ralph Gleason e Barry Ulanov, na época a nata da crítica especializada. Estes críticos elegeram, pela ordem, os seguintes músicos: 1) Duke Ellington; 2) Louis Armstrong; 3) Charlie Parker; 4) Lester Young; 5) - Count Basie. O único músico citado por todos os votantes foi Duke Ellington, eleito portanto, por unanimidade. Tal unanimidade tornou-se uma constante na vida do incomparável pianista, compositor, arranjador, diretor de orquestra, e um perene entusiasta da música, da vida, do "savoir faire" que é lhe peculiar pelo seu bom humor, alegria e um espírito jovem capaz de ofuscar o mais otimista dos moços. Esse homem admirável, cuja contribuição à música contemporânea foi das mais profundas e marcantes, provocou aplausos sinceros de maestro e regente da chamada música erudita. A sua extensa obra é conhecida em todo o mundo, e sempre foi reconhecida universalmente como música de excepcional qualidade. Dirigindo a sua orquestra ininterruptamente há mais de 50 anos, Edward Kennedy Ellington é um dos maiores músicos de nossa época, e uma das forças vivas do jazz. Em 29 de abril do corrente ano completará 75 anos de idade, e grandes comemorações estão sendo preparadas em todo o mundo para festejar esse aniversário tão grato para todos quantos dedicam-se a apreciação do jazz. Ellington não foi apenas um grande líder, compositor, arranjador e pianista, mas essencialmente um criador de invulgar talento e originalidade. Considerando as inovações que introduziu nos campos harmônico- melódico, de arranjo e da composição, sem dúvida alguma Ellington foi o músico que mais constribui para a evolução do jazz. Com, um passado admirável de contribuição genuína ao jazz, um presente realizador e um futuro que ele ainda conta transmitir algo de si à música para a qual tanto já deu do seu talento, inteligência e originalidade. As suas contribuições como compositor e arranjador, além de inovador, ofuscaram suas qualidades de pianista, mas que estevam muito à frente da sua época na década de 30, harmonicamente falando. O seu estilo de pianista foi uma influência decisiva em Thelonious Monk, no início de sua carreira. Suas composições, muitas mundialmente famosas, são tocadas por músicos de todas as épocas (") em "wa-wa" ( a surdina é afastada ou aproximada da campanha dos mesmos pela mão do músico, extraindo sons ásperos e totalmente diferentes daqueles quando o instrumento é executado normalmente), dando um efeito de mistério às composições, que tomam um caráter descritivo. A seu crédito também a criação de concertos em miniatura, escrevendo arranjos em torno de um solista da orquestra, dos quais "Concerto For Cootie" é o mais famoso. Outras das suas inovações foi o uso da voz, sem palavras, como instrumento musical na orquestração, utilizando sempre cantoras para tal finalidade, cujos timbres femininos adaptam-se maravilhosamente ao colorido orquestral. Foi ele também o pioneiro das "extended compositions", que abriram novos horizontes à inúmeros arranjadores e compositores, que ambicionavam sempre compor uma obra extensa. Fazem parte dessas composições peças como "Reminiscing In Tempo" ( que em 1935 ocupava quatro faces de 2 discos de 78 rotações, o que era totalmente inédito e ousado na época), "Black, Brown & Beige" (uma obra com 50 minutos de duração, apresentada pela primeira vez em 1943, num concerto no Carnigie Hall), "Deep South Suite", "Libéria Suite" (escrita a pedido do governo da Libera em 1947), "Blue Belles Of Harlem" , "" New World A`Drum IS A Wooman", "Perfume Suite" "The Tattoed Bride", e outros, após uma tímida tentativa inicial com "Creole Rhapsody" em 1931. A crítica é unânime em reconhecer o período de 1939 à 1942 como a fase áurea da sua carreira, tendo nesses anos gravados uma série de obras-primas que figuram entre as melhores gravações de jazz de todos os tempos. A RCA Victor nacional lançou um álbum duplo (VPM-6042) em 1971, precedendo a vinda do maestro ao Brasil, que contem peças daquele período fértil, entre elas o já mencionado "Concerto For Cootie" (no disco intitulado "Do Nothin` Till You Hear From Me", título que recebeu após ser feita letra para aquele tema), "Don`t Get Around Much Animore" (originalmente intitulado "Never No Lamen", Cotton Tail" ( que contem o mais famoso solo da carreira do tenorista Webster), Take The A Train" (por muitos anos o prefixo musical da orquestra, e que marca a estréia do pistonista Ray Nance, com dois solos de alta qualidade), a versão original de "I Got It Bat And That Ain`t Good" (com uma inesquecível atuação da vocalista Ivie Anderson), o famoso "Perdido" em sua versão original, com Harry Carney expondo alegremente o tema), "The C Jam Blues" (anos mais tarde batizado como "Duke`s Place"), além de outras anteriores e posteriores aquele período. (") muito breve outro disco de Ellington, e fazemos votos que seja de gravações entre 1939 e 1942, que montam a várias dezenas. Com o material que dispõe - a RCA poderia lançar inúmeros Lps de Duke Ellington, pois temos certeza que publicou não faltaria para prestigiar tais edições. Ainda no mercado nacional pode-se encontrar 2 discos do famoso maestro: um da gravadora Imagem, cobrindo o período de 1946 (matrizes originais da extinta marca "Musicraft", com ótimas faixas da banda, das quais destacamos a monumental batalha dos pistões em "Blue Skies" e o extraodinário "Happy Go Luky local onde a orquestra imita um trem desde a saída até a chegada, de um efeito inusitado), e outro um disco duplo da Polydor nacional, que contem matrizes gravadas para a antiga marca "Bethlehen", também de muito boa qualidade. Estamos aguardando a edição do Lp prometido pela RCA Victor para um comentário detalhado sobre o mesmo. Como o lançamento de discos de jazz em nosso país tem aumentado sensivelmente, provando que o público consumidor absorve as edições nacionais, é de esperar-se um incremento cada vez maior nesses lançamentos por parte das gravadoras, mesmo que alguma delas desconheçam inteiramente o material que possuem em disponibilidade. Aumentando o número de discos de jazz, certamente a "Ellingtonia" em nosso pais será enriquecida, e para isso fazemos votos pois nosso público está ávido por Lps de qualidade. Muito já foi escrito sobre Duke Ellington em todo o globo terrestre e praticamente nada restou para ser dito ou escrito. Dezenas de livros sobre a sua música e suas obras, sua biografia, sua orquestra, etc., já foram escritos e estima-se em mais de 20.000 (vinte mil) o número de artigos publicados a seu respeito. Ellington tem uma invejável carreira. Músico há 55 anos, profissionalmente, e líder de sua própria orquestra ( que ele considerava como o seu instrumento) há 52 anos sem jamais haver parado possui esse record imbatível, (") da qualidade insuperável de sua obra. Respeitado e admirado em todo o mundo, Ellington foi recebido por reis, potentador, (") dores, presidente de quase todos os países do nosso universo. (") em quase todos os países do mundo, sempre com imenso sucesso, e recebido com garantia entusiasmo. O maestro afirma que as duas maiores recepções de sua vida foram em 1933 na Inglaterra em 1968 na Argentina. Numa ocasião, no auge de um (") recepção que lhe tributou o (") argentino, Duke respondeu a sua pergunta, com seu (") humor sobre os seus planos para o ("). FOTO LEGENDA- Regal Theatre, 1932: da esquerda para a direita: Jenkins, Braud, Williams, Carney, Whetsol, Johnny Hodges, Tizol, Nanton, Bigard, Greer, Guy & Ellington.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
17/03/1974

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