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Aramis

Aqui, Jazz (II)

Se outros méritos não tivesse, a realização do II Festival Internacional de Jazz de São Paulo em maio/80, no Anhembi, já valeria por ter proporcionado que o Público pudesse aplaudir instrumentistas extraordinários como Dexter Gordon, Phil Woods, Mary Lou Willians - além da cantora Betty Carter, entre outros. Artistas dos mais respeitados no mundo jazzistico mas praticamente desconhecidos entre nós. E que, por incrível que pareçam, ainda continuam semi-inéditos: a pianista Mary Lou Willians, 70 anos e a cantora Bethy Carter, ainda não tiveram nenhum disco aqui editado - mas, em compensação, a CBS, que no ano passado, já havia introduzido finalmente o sax-tenorista e compositor Dexter (Keith) Gordon (Los Angeles, 27/2/1923), nos traz agora na excelente << Collector Jazz Series >>, dirigida por Arlindo Coutinho - e enriquecida nos textos de contracapa, traduzidos por Luiz Carlos Antunes, mais dois fundamentais álbuns de Gordon: << Manhattan Symphonie >> e << Great Encounters >>. Com 1,98 metros de altura, rosto marcado por anos de dependência de drogas - o que o fez permanecer por muito tempo afastado de uma carreira mais regular, Gordon ao trocar a saxofone, a frente de um trio, quarteto ou em solo - é aquilo que se pode definir de << um gigante tanto quanto fisicamente >>. Como já foi lembrado pou muitos críticos. Dexter incorporou novos elementos nas áreas de harmonia, ritmo e tonalidade, sem submeter-se ou deixar-se absorver por idéias supérfluas, introduzidas por outros músicos. Assim o encanto de Gordon reside na alta elaboração de sua música, mas não está limitado a ela. Assim além de ser um dos poucos Jazzmen que explora exaustivamente suas próprias concepções musicais, Dexter é um artista carismático. A profundidade de sua música sanguínea e os efeitos envolventes de seu ritmo, o fazem um músico completo em seu instrumento, que transmite uma energia suave, um sutil poder de sugestão e que tem a maravilhosa capacidade de fazer as pessoas se sentirem bem. E isso podemos sentir tanto em << Manhattan Symphonie >>, onde com formação de quarteto, recria clássicos como << as Time Goes By >> (tema de << Casablanca >>, 1941) ou << Body And Soul >>, ao lado de << Moment`s Notice >>, << Tanya >> e << LTD >>. Já em << Great Encounters >>, temos o quarteto formado por Gordon, George Cables (piano), Rufus Reid (baixo) e Eddie Gladden (bateria), valorizado pelas participações especiais do saxofonista Johnny Griffin em << Blues Up And Down >> e << Cake >>, Eddie Jeffrerson nos vocais e o pistonista Woody Shaw em << Diggin`n >> e << Paper Moon >>, também valorizadas pelo trombone de Curtis Fuller. Gravado a 23/9/1978, no carnigie Hall, em New York - realmente este é um álbum documental de << grandes encontros >>: << Rubby My Dear >>, de Thelonious Monk, é a quinta faixa onde há longas improvisações e uma mostra do talentoimenso não ao de Gordon, mas dos seus amigos que dividiam momentos tão marcantes. O pianista Woodt Shaw (Laurinburg, N.C., 24/12/1944), foi outras das gratas << revelações >> do II FIJ. Filho de um membro do grupo de << gospel >>, The Jubille Singers, aos 6 anos, Woody já soprava um pistão. Nos anos 60 tocou com Eric Dolphy, Larry Young, Chat Qui Peche - (viajando com seu grupo a Europa) Horace Silver. McCoy Tyner e outros. Começou a colecionar prêmios, fazer discos, mas só agora chega ao Brasil. E o que sente-se agora ao se ouvir << Woody III >> - também incluído na Collector Jazz Series, é o mesmo que ocorreu ao público que com ele vibrou no Anhembi: um instrumentista que quando toca, mostra o swing (balanço) dos pés a cabeça. O que justifica a adjetivação de campeão do trumpete << peso-pesado >>; os críticos são unânimes em afirmar que Shaw é um instrumentista de impressionante intensidade criativa. Já apontando como um herdeiro do grande Cliford Brown (1930-1956), através de << Woody III >>, gravado em agosto/1978, com a participação de 11 ótimos músicos, Woody mostra um trabalho personalíssimo; no lado A, uma espécie de sinfonia, dividido em 3 movimentos (<< On The New Ark >>, << Other Paths >> e << New Offerings >>), enquanto que na segunda parte desfilam << To Kill A Brick >>, << Organ Grinder >> e << Escape Outra das << revelações >> no II FIJ foi o sax-alto Phil Woods (Sprinfield, Massachussets, 2/11/1931). Acompanhado de Mike Melillo (piano) Steve Gilmore (baixo) e Bill Goodwin (bateria) - grupo considerado pela << Down Beat >> como o melhor quarteto em 1979, Woods e seu grupo entusiasmou o público. Agora, finalmente, sai no Brasil um elepê de Woods: << Floresta Canto >> (RCA, 104.4139, junho/80). Só que ao invés de seu quarteto, aqui woods toca com Chris Gumming e orquestra, num elepê que, segundo quem conhece melhor sua obra - como o expert José Domingos Raffaelli - está abaixo da média. Mas para o lançamento no Brasil, o disco é apropriado, pois inclue temas como << Canto de Ossanha >> (Baden/Vinícius), << O Morro >> (Tom) e << Menino das Larranjas >> (Theo) e mais << Let Me >>, de Baden Powell ao lado de << Chaldean Prayer >> e << Sails >> (Gunning), << Roses >> (Ion), afora um sensível << Portrait Of Julia >>. É de se aguardar, agora, novos discos de Phil Woods. Também o próximo Rio/Monterey Jazz Festival (Rio, 14 a 17 de agosto/80) vai motivar que muitos discos de jazz apareçam. Como o grupo Weather Report está programado para a noite de abertura, a CBS lança um disco recente deste grupo formado já há muitos anos por Wayne Shorter (sax-tenor) e que tem resistido a diversas sibstituições (inclusive Airto Guimorvan Moreira, há algum tempo, chegou a fazer um lp com o conjunto, sendo depois substituído por Dom Um Romão). Dividido numa espécie de quarto << movimentos >>, esta produção gravada ao vivo, reunindo composições que vão desde 1937 (<< Thonks For The Memory >>, L. Robin/R. Rainger) até peças recentísimas, mostra diferentes intervenções instrumentais dos músicos Shorter, Jaco Pastorius (baixo), Peter Erskine (bateria) e Zawinul (teclados). Zawinul, aliás, é autor de 9 faixas: << Black Market >>, << Scarlet Woman >> , << A Remark You Made>, << In A Silent Way >> (de 1969, que deu título a um dos melhores lps de Miles Davis), << Birdland>, << Badia/Boogie Woogie Waltz Medley >>, << 8:30 >>, << Brown Street >> e << The Orphan>. Do baixista pastourius, as faixas << Teen Town >> e << Salang >> e de Short o << Sighseeing >>. << The Orphan >>, composição de 1979, de Zawinul, além do seu solo nos teclados e da participação de Shorter, tem a presença do West Los Angeles Christian Academy Children`s Choir. O JAZZ HISTÓRICO - Uma das características da coleção << Blue Note Jazz Classics Twins >>, que Maurício Quadrio, tão caprichosamente organizou, está na diversificação dos intérpretes e estilos. Assim, o volume 1 foi dedicado e Sidney Bechet (New Orleans, 1897-Paris, 1959), um dos mais notáveis clarinetistas e saxofonistas do estilo tradicional, autor de uma música que transpôs as fronteiras do jazz: << Petit Fleur >>. Nos dois elepês que compõem o volume de Bechet, temos alguns de seus melhores instantes, como << Days Beyond Recall >> e << Blue Horizont >>, além da sentida homenagem ao grande Kid Ory << Muskarat Ramble >>. Do estilo << tradicional >>, de New Orleans, o volume 2 da mesma coleção é dedicada a George Lewis e seus New Orleans Stompers, Georges Lewis (13/7/1900-31/12/1968) foi um dos fundadores da Eureka Brass Band, a mais famosos banda de New Orleans, a qual se dedicou toda sua vida - e com a qual faz excursões a Europa e Japão. Lewis está para o jazz tradicional, como Pixinguinha está para a música brasileira: um nome maior. Assim, o aparecimento de um álbum com momentos antológicos do << tradicional >> é mais do que um lançamento fonográfico. é uma contribuição didática para se entender melhor o jazz, em suas origens. *** A obra de Miles Davis está basicamente concentrada na CBS, que, desde que haja condições, pode lançar no Brasil os momentos mais representativos de várias fases. Mas isso não impede que outras fábricas também disponham de importantes registros, já que Davis, hoje aos 54 anos, tem deixado registros em várias etiquetas, não só nos Estados Unidos, mas ao longo de inúmeras excursões em volta ao mundo. É o caso dos registros feitos em 28 de março de 1946, 28/10/1947 e 4/11/1947 para a Everest Records - archiv of Folk & Jazz Music, que a pequena - mas brava Imagem, de Jonas Silva, lança no Brasil. Na opinião de José Domingos Raffaelli, crítico dos mais respeitáveis, este é o melhor de jazz editado no Brasil juntamente com << The Great Dizzy Gillespie >> (Imagem, 5044). Reúne faixas de famosas sessões do genial saxofonista Cherlie Parker (sax-alto) para a etiqueta Dial, em 1946/47, embora editado em nome de Miles Davis. São registros históricos, documentos musicais definitivos mais férteis da história do jazz - executados pelos maiores improvisadores de todos os tempos e seus pequenos conjuntos. As composições originais do LP, tornaram-se parte integrante do repertório jazzístico: o melódico << Yardbird Suite >>, o famoso << Ornithology >>, o rítmico << Moose The Mooche >>, o incomparável << Bird of Paradise >> e o alegre << Scraplple From The Apple >>. Sente-se nestas sessões - em tão boa hora colocadas ao alcance dos ouvintes do Brasil - a grande beleza melódica obtida por Davis, em performances com << Out of Nowhere >> ou << My Old Flame >>. O curioso, como observa Raffaelli, é que embora Charlie Parker (1920-1955), seja a grande presença deste lp (como no << The Great Dizzy Gillespie >> ), o seu nome não ;e destacado, aparecendo o de Davis. Nas sessões históricas deste registro, destacam-se também Lucky Thompson (sax-tenor), Duke Jordan (piano) e Max Roach (bateria). Miles Davis já era um nome consagrado, quando Donald Byrd (Detroit, Michigan, 9/12/1932) começou a atuar, inicialmente com grupos de Art Blakey e Max Roach, depois formando seu próprio conjunto. Com o título de Master in Music Education> da Manhattan School of Music, em 71 recebeu o Ph. D. da Columbia University, sendo, assim, um dos instrumentistas de maior preparo intelectual-musical, inclusive com especialização na música afro-americana. Desta forma chegou a << Chairman of the Black Music Dept. º >>; na Howard University, em 1973, quando gravou um álbum histórico e didaticamente importante. Pela Blue Note, chegou a fazer uma série de discos onde sempre procurou levar mais a fundo suas pesquisas. << Byrd In Flight/Royal Flush> - volume 3 da série << Blue Note Jazz Classics Twins >> - acompanhado por Pepper Adams no sax barítono, Herbie Hancock no piano, Butch Warren no baixo e Billy Higgins na bateria, Byrd evoluiu ainda mais em direção a um estilo próprio << que se tornou mais extenso para alinhar as emoções que projeta >>. como salientou o crítico Nar Hentoff, salientando, por exemplo, a faixa << Ghana >>, onde Byrd revela o júbilo de uma nova nação, << bem como sua determinação em continuar dona de seu destino >>. O solo de Byrd é construído com lógica fluência e o sentimento de vivacidade, que marca sua obra. Mas jovem ainda que Byrd, Freddie (Dewayne) Hubbard (Indianópolis, 7/4/1938), que como tantos instrumentistas, começou com Art Blakey and his Jazz Menssagers e chegou a trabalhar com o pianista alemão Friedrich Gulda, pode ser apreciado em dois importantes álbuns. Em << Breaking Point >>, volume 11 da << Blue Note Jazz Classics Twins >>, que surge acoplado a << Hub-Tones >>. << Quando registrou as 5 faixas de << Hub Tones >>, seu conjunto era formado por James Sapulding (sax-alto e flauta), Hancock (piano), Reginald Worlkman (baixo) e Cliford Jarfis (bateria). Nesta formação, interpreta << You(re My Evernything >> (Dixon Warren-Young) e 4 temas próprios: << Prophet Jennings >>, << Hub-Tones >>, << Lament For Booker >> e << For Spee`s Spak >>, já << Breaking Point>, foi a primeira formação instrumental do próprio Hunnard, com James Saoulding no sax-alto e flauta; Ronnie Mathews no piano: Eddlie Khan no baixo e Joe Chamber na bateria. Igualmente são apenas 5 faixas uma única de outros autor: << Mirros >> de Joe Chambers. Interessante comparsr etas sessões antigas de Hubbard com o recente << Superblue >> (CBS, 225037, julho/80), onde Hubard é acompanhado por Hubert Laws (flauta), Joe Henderson (sax-tenor), Ron carter (baixo), Jack De Johnette (bateria) e Kenny Baron (teclados), tendo o guitarrista George Benson como participação especial em << To Her Ladyship >>. Entre o Hubbard dos anos 60 a este novo disco, houve muita mudança na linha jazistica, com a queda de vários tabus - e isto sente-se na forma com que os músicos improvisam em faixas como << The Gospel Truth >> ou << The Surest Things Can Change >>. Hubert Laws (Houston, Texas, 10/11/1939), além de se destacar no lp de Hubbar, tem também um de seus melhores discos agora lançados no Brasil: << Land of Passion >> (CBS, Colector Jazz Séries >>). Um dos flautista s que mais trabalhou na CTI, de Creed Taylor, fazendo centenas de sessões. Laws passou a merecer destaque no << Jazz Poll >> da revista << Down Beat >> a partir de 1972. Neste << Land of Passion >>, apenas uma faixa << We Will Be é de outro autor, Ronnie Laws << Music Forover >>, << Land of Passion >>, << We`re In Wctasy >>, << Geartbeats >> e << The Key >>, Da fase de maior atividade de Creed Taylor, no Van Gelder Stúdio, em Los angeles, temos << Outback >>, gravado em novembro/1971, para dar ao flautista (e também saxofonista) Joe Farrel (Joseph Carlos Firantelo, Chicago, 16/12/1937), chance de mostrar seus méritos. Acompanhado por Elvin Jones na bateria, Chick Corrêa no piano, Buster Willians no baixo e Airto Moreira na percussão, este lp lançado já há alguns meses pela Continental, que merece atenção, tem apenas 4 faixas - mas que se firmam pela segurança de seus intérpretes. Um disco importantes, que, passados 9 anos, numa reavivação, mantém uma grande atualidade. Aliás, falando-se em discos importantes, não se pode deixar de destacar outros volumes da Blue Note Jazz Classics Twins. Assim, o volume 10 foi dedicado a Sonny Rillins (New York, 7/9/1929), com << Dominant >>. Na verdade, os dois lps que formam este álbum duplo reúnem faixas de várias épocas do período em que o extraordinário saxofonista gravou na Blue Note: de 16/12/56 é, por exemplo, << Decision >>, composição própria - onde Donald Byrd está no pistão e Max Roach na bateria, mesma formação que se repete em << How Are Things In Glocca Morra >>, << Plain Jane >> e << Bluesnote>. Em 14/4/57, com J.J. Johnson no trombone, Thelonios Monk no piano, Paul Chambers no baixo e Art Blakey na bateria, Rollins gravaria << Misterioso >> e << Reflexions >>, de Monk; << Poor Butterfly >>, << Why Don`t >> e << You Stepped Out Of a Dream >>. Em setembro de 1957, gravou << Tume Up >> - um dos bons temas de Miles Davis - e << Namelly You >>, enquanto que a 3/11/57, já com Alvins Jones na bateria e Wilbur Ware no baixo, seriam registrados << Strevier`s Row >> J.J. Johnson (James Louis Jonson, Indianopolis, 22/1/1924), trombonista, compositor líder, em << The Eminent >> volume 4 da << Blue Note Jazz Clássics Twins >> - também oferece gravações históricas: tendo, por exemplo, ao seu lado Clifford Brown no pistão. Jimmy Heath no sax-tenor, John Lewis no piano, Percy Heat no baixo e Kenny Clark na bateria - (o Modern Jazz Quartet, portanto!), em 22/6/1953, interpretava << Turpnpike >>, << Lover Man >>, << Get Happy >>, << Sketch I >>, << Capri >>, << It Cold Happen To You >>. Já um ano depois, com Mingus (baixo). Clark (bateria), Sabu Martinez (conga) e Wynton Kelly (piano), registraria << Jay >>, << Old Devil Moon >>, << It`s You Or No One >>, << Too Marve >>, << lous For Words >>, << Coffe Pot >> e << Time After Time >>. Finalmente, de 6/6/55, , ainda com Chambers e Clarck, mais Hank Mobley (sax-tenor) e Horace Silver (piano), os registros de << Daylie Double >>, << Pennis From Heaven >> , << You`Re Mine You >>, << Groovin >> << Prontait Of Jannie >> e << Viscosity >>. Como se observa, um álbum que mostra 3 anos na vida musical de Jonhson. PÓSTUMOS - Dois álbuns da << Jazz Classics Twins >> que trazem gigantes do jazz, já falecidos. O volume 7 dedica um elepe ao saxofonista John William Coltrane (1926-1967), considerado não apenas um dos maiores mestres deste instrumento, mas renovador de sua linguagem. Sem a mesma fama de Coltrane, Erick Dolph (1928-1964), além de saxofonista, também clarinetista e flautista, morreu quando seu trabalho, já reconhecido nos EUA, começava a influenciar novos, apesar de sofrer críticas dos que não conseguirem aceitar suas propostas vanguardistas - de certa forma, difíceis de serem absorvidas no início dos anos 60. Além do mais, grande parte de sua carreira foi feita na Europa. A guitarra não poderia ficar ausente da << Jazz Classics Twins >>, e, assim, o volume 9 foi dedicado a Wes Mongomery (1925-1968), que foi um astro em seu instrumento. Dom DeMichael, com precisão, assinalou que << cada nota soa como se Wes a extraisse com o máximo cuidado, colocada sempre no lugar certo de uma linha musical emocionante. Wes Montgomery foi um músico que sabia o que queria >>, << Beginnings >> reúne os últimos dias de Wes em Indianápolis - entre 1957/58 - e o início de um período de fama nacional. Sem ter maiores estrelas nos grupos de acompanhamento. Montgomery executa, entretanto, clássicos como << Summertime >> (Gershwin), << Billie`s Bounce >> (Parker), << Falling In Love With Love >> (Rodgers/Hart), ao lado, evidentemente, de algumas de suas centenas de composições. *** Ao lado deste rápido registro, por referimos, por várias vezes, a Art Blackey (Abdulah Ibn Buhaina, Pttsburgh, 11/11/1919). Baterista e líder do jazz Messengers. Há 25 anos Art tem lançado instrumentistas que se destacam posteriormente em formações próprias. assim, pelos << Mensageiros de jazz >> já passaram alguns dos nomes mais notáveis do jazz. Podemos sentir isso ouvindo-se os dois elepes do volume 12 da << Jaz Twins >>, com registros dos períodos da Blue Note ou << Art Blakey with The Original Jazz Messengers >>, da CBS. Na fase da Blue, entre outros, participam instrumentistas como Lee Morgan, Hank Mobley, Bobby Thimons e Jimmy Merril. Já o lp da CBS, é mais antigo, com a formação dita<< original >>: em abril/maio de 1956, Art, Mais Horace Silver (piano), Hank Mobley (sax-tenor). Com Byrd (pistão), Doug Watkins (baixo), registrou << Infra-Rae >>, << Nica`s Dream >> , It`s You Or No One >>, << Ecaroh >>, << Carol`s Interlude >>, << The End Oseus << Jazz Messengers >> estiveram no Brasil, quando apresetaram-se no Teatro Guaíra, numa noite memorável: Art na bateria, Walter Davis Jr. no pif A Love Affair >> e << Hank`s Symphony >>. Em março de 1977, Art Blakey e seus Jazz Messengers >> estiveram no Brasil, quando apresentaram-se no Teatro Guaíra, numa noite memorável: Art na bateria, Walter Davis Jr. no piano, Dennis Irwin no baixo, Dave Schnitter no sax tenor, Bob Waston no sax e Valery Ponomarey no pistão. jantando com Art, na Iguaçu-Praça Osório, lhe perguntei quantos discos já havia gravado. - Não sei ao certo. Mais de 400, creio... Ante meu espanto, acrescentou: - É que cada concerto corresponde a uma gravação. Basta ligar o gravador... *** A ECM, uma das mais respeitadas etiquetas de jazz da Europa, passou a lançar seus discos agora no Brasil, via WEA. Após um primeiro pacote, de 20 excelentes elepês, mais um segundo suplemento deve chegar nas lojas nos próximos dias - aproveitando, é claro, a motivação do próximo Rio/Monterrey Jazz Festival. as produções de Manfred Eicher são das mais diversificadas. Domingo passado, registramos os elepês de Chick Corea que marcaram etapas de sua carreira, feito na ECM. Outro notável tecladista, Keith Jarrett, uma das mais importantes revelações dos anos 70, teve três sólidos álbuns duplos colocados agora ao alcance do público brasileiro através da ECM: << Hynns Spheres >>, gravados por Jarret, em setembro de 1976, no órgão da abadia beneditina de Ottobeuren, na Alemanha Ocidental, << Staircase> e << Eyes of The Heart >>. << Hymns Spreres >> é quase um álbum religioso: um órgão construído há 200 anos por Karl Joseph Riepp (1710-1775), este múltiplo tecladista executa 9 movimentos do << Hymn of Remembrance >>. ao longo de 4 faces, complementadas, nos: 4:05 minutos finais com o << Hymn of Release >>. Já << Eyes of the Heart >>, registrado em maio de 1976, no Theater am Kormarket, em Brenz, Áustria, reúne ao múltiplo Jarret - que se desdobra entre os teclados, sax, bateria e também, o sax-tenor tamborim e executante de maracas Dewey Redman, o baixista Cherlie Haden e o baterista Paul Motian. Igualmente, um concerto com improvisações e harmonias libertas de condicionamentos - num trabalho altamente experimental - que passados 4 anos, surge com um imenso sabor de novidade. Outros discos de vanguarda, com propostas novas são os do Pat Metheny Group e Jan Garbarek Group, também em edição da ECM, Metheny, 24 anos, segundo o << Chicago Reader >>, ocupa hoje um dos principais espaços na vanguarda músical. Já trabalhou com Gary Burton, Paul Bley, Hubert Laws, Clarck Terry e muitos outros. Com Burton participou de 3 álbuns (<< Ring >>, << Dreams so Real >> e << Passangers >>)> Agora, aparece no Brasil com dois álbuns em que mostra as funções do jazz-rock: << American Garage >> e << New Chautagua >>. Individualmente, os interesses de Pat Metheny são demasiadamente amplos para pertencerem a um idioma determinado, de forma que o seu trabalho transpõe as fronteiras convencionais,. FOTO LEGENDA 1- Dexter Gordon Quartet Manhatian Symphonie FOTO LEGENDA 2- The Original Jazz Messengers FOTO LEGENDA 3- Weathei Report 8:30 FOTO LEGENDA 4- Tic Bert Ws FOTO LEGENDA 5- Mingus Dynasty FOTO LEGENDA 6- Super Blues FOTO LEGENDA 7- Miles Davis FOTO LEGENDA 8- Joe Farrell/Outback Airto Elvin Jones Buster Williams Chick Corea FOTO LEGENDA 9- Wes Montogomery. FOTO LEGENDA 10- Freddie Hubbard. FOTO LEGENDA 11- Donald Byrd.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Jornal da Música
1
27/07/1980

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