Artigo em 10.11.1985
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1985
Com certeza são milhares. Não há estatísticas e levantamentos corretos, mas pode-se dizer, sem riscos, de que há mais de 300 professores e pelo menos 5 mil pessoas, especialmente jovens estudando violão na grande Curitiba. Some-se a estes os violinistas autodidatas, amadores de fim de semana e teremos um universo representativo de gente sensível e interessada pela música, que opta pelo portátil, carinhoso e sempre harmonioso violão. Em todas as suas formas e estilos: da viola caipira a mais sofisticada guitarra elétrica, passando pelo ovation americano, sonho de todo o violonista que se preze.
Do sertanejo ao erudito, fixando-se especialmente no popular, o violão tem presença maior e a prova é o sucesso das revistas que trazem músicas cifradas para violão - há uma dezena delas, uma das quais, "Coro de Cordas", é editada há 4 anos, com sucesso nacional por Célio Malgueiro, violonista, ex-integrante do SamJazz, e dono de uma das academias mais procuradas da cidade.
Proporcionalmente ao interesse do aprendizado de violão, os espetáculos com violonistas que chegam aos nossos palcos não têm o público merecido. Estranho!
Também, se considerarmos nacionalmente a difusão do violão, seria de se imaginar que a discografia disponível fosse bem mais ampla. Embora, somando-se todos os discos de violão-solo editados no Brasil chegue-se a mais de 300 títulos - e só um especialista maior como Ronoel Simões, de São Paulo, é que teria condições de dar os dados com precisão, já que é a maior autoridade no gênero, há de se considerar que é pouco em comparação ao lixo sonoro que somos obrigados a suportar mensalmente, impostos pelas multinacionais.
Entretanto, em edições isoladas - muitas vezes independentes - há preciosas presenças de violonistas. Como as que, com prazer, registramos hoje, neste espaço de CLÁUDIO.
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