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Aramis

Até julho, mais uma FM na cidade. Educacional

Até 15 de julho de 1986, já estará no ar a 22ª emissora de Curitiba e a primeira FM educativa local: a Rádio São Sebastião. Pertencente a uma fundação educacional carioca, que obteve concessões para implantar 5 emissoras FM (Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba), ficam, assim, totalmente soterrados os sonhos da paquidérmica Rádio Estadual do Paraná em possuir uma FM. É bem verdade que a emissora estatal se habilitou na concorrência pública para esse canal cultural, mas, para variar, apresentou documentação incompleta e foi desqualificada. O canal coube à organizada Fundação São Sebastião, que deverá instalar a FM junto à Faculdade Tuiuti. Tanto é que apresentou como endereço a Rua Marcelino Champagnat, nº 505. xxx Enquanto a Estadual, hoje dirigida pelo empresário Faruk El Khatib, está preocupada em conquistar audiência (apareceu, pela primeira vez, em pesquisa do Ibope, mas em 9º lugar), sacrificando, das 7 às 20 horas, qualquer divulgação de música erudita ou jazz, a FM da Fundação São Sebastião pretende explorar uma linha realmente cultural. Executivo dos mais experientes, com longa vivência no mercado editorial, Faruk El Khatib vem enfrentando imensas dificuldades na Estadual, cuja existência desafia vários governos e já foi objeto de mil e um projetos de reestruturação, todos frustrados. Com orientação de um radialista de grande experiência em AM, o simpático Palito (Lourival Pedrassani), a Estadual preferiu uma programação exclusivamente de música popular, nas linhas "a" e "b", intercaladas de textos aparentemente informativos. Há, inclusive, informações jogadas na programação sobre personalidades da MPB, mas, que nem sequer são acompanhadas de ilustrações musicais dos focalizados. Com dificuldades operacionais e falta de estrutura nos quadros de criação, a Estadual vem deixando de cumprir, há anos, um importante trabalho cultural. A exemplo de outros idealistas que passaram pela Estadual, desde a fundação, em 1956, pelo saudoso Aluísio Finzetto (que a dirigiu até morrer). Faruk sonha em fazer uma emissora que realmente justifique o slogan "uma opção de bom gosto e cultura". Entretanto, a realidade é dura e os faraônicos projetos iniciais, inclusive o da implantação de um canal de televisão educativa (o Paraná, aliás, é um dos poucos Estados que não o possui) já foram congelados. O mínimo que Faruk tenta fazer - e assim mesmo sem muita luz no fundo do túnel - é melhorar a programação, a começar pela própria qualidade técnica, já que, até há pouco, era quase impossível sintonizá-la. xxx Enquanto a Estadual, unidade ligada à Secretaria Extraordinária de Comunicação Social, tem sido um desafio de anos, num pequeno município do Oeste, criado há poucos anos - Quedas do Iguaçu, - Prefeitura local mantém uma emissora educacional, em AM, com esforçada programação cultural. Agora, mais uma emissora de Onda Média, só que particular, está em fase de montagem nesse município. xxx Com a próxima instalação de FM São Sebastião, em Curitiba, se integrará ao chamado Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa. Ao todo, serão 30 estações de televisão e 42 emissoras de rádio em Ondas Médias, Freqüência Modulada, Ondas Curtas e Ondas Tropicais - operando em todo o Brasil - exceto Santa Catarina. No Paraná, duas estações em FM: a de Curitiba, pela Fundação São Sebastião e a Rádio Educativa Entre Rios, a cargo de uma cooperativa agrícola, em fase de instalação e que começa a operar, experimentalmente, em janeiro próximo. O substancial aumento do número de emissoras empenhadas em levar programas educativos a todas as regiões brasileiras deve-se, acima de tudo, a um acordo firmado, em julho último, entre a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (órgão do Ministério da Educação) e a Radiobrás - Empresa Brasileira de Radiodifusão, através do qual esse órgão do Ministério das Comunicações aderiu ao Sinred, que conta com nove emissoras de TV e 17 de rádio. Outro fator de ampliação do alcance do Sinred é a perspectiva do início de atividades de sete emissoras educativas de TV e nove de rádio, já nos próximos meses. Dessa forma, as metas fixadas no programa Educação Para Todos, do Ministério da Educação, contarão com o concurso da Teleducação cobrindo o Brasil do Acre a Fernando de Noronha, do Amapá às fronteiras gaúchas. A Funtevê tem há quase um ano, na presidência, um dos mais bem preparados executivos, Roberto Parreiras, o homem que implantou o antigo Plano de Ação Cultural do MEC, estruturou e dirigiu a Funarte, passou pela TVE - Rio de Janeiro e, de último, conseguiu fazer uma elogiadíssima administração na Embrafilmes, de onde saiu para redimensionar a Funtevê. O que já está conseguindo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
07/11/1985

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