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Aramis

Até o Vendramel no "Paradise" de Beto

Como não pode chegar a tempo, o jornalista mais ligado ao setor de vídeo no Brasil, Rubens Ewald Filho, 46, do "Jornal da Tarde", revista "Vídeo News" (entre dez outras publicações) e TV Record (após 11 anos de Globo) não participou do júri - embora tenha acompanhado o Festival. Do júri fizeram parte o cineasta Fernando Severo; fotógrafo e videomaker Osval Siqueira Filho (Tiomkim); fotógrafo Carlos Dreher; videomakers Sérgio Martinelli (presidente), jornalista Christiane Macedo, produtora de dois programas de vídeo na TV Gazeta (São Paulo) e este repórter. Cada trabalho mereceu uma atenta visão e prolongadas discussões, valorizando os esforços de cada videomaker em disputa - desde a originalidade com que o mineiro Bruno Viana, 25, colocou em seu imaginativo "O Que?" no qual, usando apenas um personagem - interpretado pelo artista plástico Lúcio de Miranda (lembrando o mímico Ricardo Bandeira), passou uma história de tons chaplinianos - até a preocupação documental de Rogério Rocco numa linguagem televisiva, revelar aos próprios maringaenses um personagem de sua história até hoje pouco conhecia, do pioneiro padre Emil Scherer (- ? - 1972). "Welcome to Paradise", que Beto criou utilizando mais de 5 horas de imagens coletadas ao longo de quase 5 anos de trabalhos em vídeo - inclusive um documentário que fez nos presídios (e que já havia resultado no vídeo "Serpente Negra", 1988) é um desfile de cenas de impacto (marginalizados da sociedade - mendigos, presidiários, doentes, pivetes de rua, etc.) em contrapartida as imagens sorridentes de Mário Vendramel, captado em seu colorido smoking vermelho no programa de televisão que apresentou durante anos. Tudo isto ao som delirante da música "Welcome to Paradise", do grupo pop belga Front 242. A agilidade na montagem e a inteligência que Beto usou nas imagens produz um vídeo de impacto para pensar e refletir, embora, em sua personalidade brincalhona, o autor não assuma um posicionamento ideológico, preferindo tiradas enigmáticas para explicar a sua proposta: "penso com o coração no olho".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
04/12/1990

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