Login do usuário

Aramis

Balcão de Ofertas - Explicações de Langoni para a dívida externa

Lançado no último dia 31 de janeiro, na sede da Confederação Nacional do Comércio, no Rio de Janeiro, "A Crise do Desenvolvimento - Uma Estratégia para o Futuro", entra, forçosamente, na lista dos mais vendidos na categoria de não ficção. Justifica-se: seu autor é Carlos Geraldo Langoni, que até há poucos meses era presidente do Banco Central - e portanto integrava a tríade de maior força da descabelada economia brasileira. Retornando a sua carreira de professor da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Langoni decidiu reunir em um livro suas reflexões em torno da experiência com o poder, seguida por uma análise da dívida externa brasileira e de alternativa, algumas ousadas para renegociá-la. Tendo participado do processo de endividamento externo do Brasil - embora não seja possível responsabilizá-lo pela terrível situação - o livro de Langoni não deixa de ter uma atualidade até jornalística. É como se fosse uma grande entrevista/depoimento. O lançamento é da Livraria José Olympio Editora. xxx Uma atuante editora voltada a livros espiritualistas é a Fundação Educacional e Editorial Universitária (Caixa Postal 2931, Porto Alegre) que mantém várias coleções destinadas aos estudiosos de correntes espiritualistas. Uma de suas últimas edições foi "Exercício de Meditação e Concentração" de El Morya, lançado paralelamente "As Bem Aventuranças e o Sermão da Montanha de Jesus Cristo". Obra específicas para um público determinado. xxx Heinz G. Konsalik não pára de escrever. E com isto a Record, a feliz editora que tem os direitos de sua obra no Brasil, quase que mensalmente coloca novos títulos deste autor alemão em nosso País. Depois de tantos romances em que tem como cenário a II Guerra Mundial (da qual participou como membro do exército de seu país), Konsalik diversifica suas histórias. E "Viagem à Terra do Fogo" (tradução de Luzia Lahmayer Leite Ribeiro, 256 páginas, Cr$ 17.900,00) conta o drama de quatro pessoas - um alemão, uma sueca, um checo e uma italiana - que planejam repetir num iate à vela as viagens dos grandes descobridores do passado. Encurralados no pequeno espaço de um barco, ficam incondicionalmente dependentes uma da outra, e apesar de tão diferentes entre si parecem entender-se bem, enquanto a temerária expedição segue o plano traçado. Mas chega o inesperado e cada um revela a verdadeira personalidade. Um romance tenso, de fácil digestão aos apreciadores do gênero. xxx Pouca gente sabe que uma das mais famosas companhias de dança contemporâneas - o Ballet Stagium - nasceu em Curitiba. Foi em janeiro de 1971, quando aqui se realizavam os cursos e festivais internacionais de música, nos bons tempos em que o governo do Estado (mesmo sem ter a hoje onerosa e ociosa Secretaria da Cultura) promovia eventos culturais de projeção internacional. E há 14 anos, aqui se encontraram a húngara Márika Gidali e o mineiro Décio Otero num curso de férias e resolveram se casar, no palco e fora deles. Naquela época, Márika era solista importante em companhias do Rio e São Paulo, enquanto Décio já havia dançado em Colônia, Genebra e Frankfurt. Desde então, o Brasil e muitos outros países viraram palco de uma obstinada, despojada e original companhia de dança a travar uma dura e ampla batalha: pela sobrevivência, pela politização da dança (milenar instrumento de elite e alienação) e pela criação de uma linguagem tipicamente brasileira, sem xenofobismo ou quedas no puramente folclórico. A trajetória do Ballet Stagium está agora reunida num belo livro de 68 páginas, formato em 18x28 centímetros, que a editora Marco Zero lançou há um mês (Cr$ 20 mil). Reúne uma riquíssima documentação fotográfica dos 13 anos de existência e trabalhos ininterruptos do Stagium, cerzida por textos de jornalistas que acompanham desde o início a brilhante trajetória do grupo de dança mais importante do País. xxx Uma das características do poeta Augusto de Campos é recriar em português obras tidas como intraduzíveis, tanto as de inventores da poética moderna como Mallarmé, Joyce, Pound, Cummings, Myacóvski, quanto as de poetas do passado das dificílimas canções de Arnaut Daniel aos poemas barrocos de John Donne. No ano passado, Augusto voltou-se para Paul Valéry, o poeta-pensador, discípulo de Mallarmé e que Borges considera "personificar os labirintos do espírito". Para recrear Valéry, Augusto buscou unir em "A Serpente e o Pensar" (128 páginas, capa de Ettore Bottini), dois aspectos complementares da personalidade do escritor francês. O Valéry-poeta, através do longo poema "Ebauche d'un Serpent" ("Esboço de uma Serpente") - considerada uma de suas mais belas e ao mesmo tempo mais elaboradas criações. O Valéry-pensador é visto por Augusto através do estudo e da seleção de fragmentos e aforismos extraídos do "Cahiers" (Cadernos) ou diários de Valéry, obra póstuma do poeta. São antimemórias, onde não há quase biografia, mas, sim o pensamento pensado até o limite e cuja natureza fragmentária, misturando à escrita desenhos, anotações e cálculos, resulta num gênero novo de prosa. Para corresponder a esse contexto, o livro tem especialíssimo projeto gráfico e visual, com ilustrações e criações gráficas (como o anagrama serpent-penser que Augusto inscreveu num antigo desenho de serpente mordendo a própria cauda) e várias páginas manuscritas do Cahiers, de modo a compor um amplo desenho poético, capaz de levar o leitor, em círculo vicioso, do poeta-pensador da Serpente, ao pensador-poeta dos cadernos. xxx Há 15 anos a leitura dinâmica era um modismo: milagre para fazer quem tem pouco tempo ler rapidamente. Pelo visto o método ainda tem seguidores e a prova disto é que a Ibrasa está lançando "Leitura Dinâmica em Sete Dias", de Wilson Schaill, editor do "The Week Magazin" de Nova Iorque, um dos pioneiros no desenvolvimento das técnicas de Leitura Dinâmica. xxx Dirigido especialmente aos professores e alunos do 2º grau, "Métodos de Estudos para o 2º Grau" (Cortez Editora, 71 páginas) proporciona valioso instrumento para um eficiente trabalho escolar. Apresenta métodos ativos de estudo e técnicas eficazes para a preparação, participação e revisão das aulas, para a leitura, tomada de apontamentos etc.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Leitura
22
03/03/1985

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br