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Aramis

B.B. King, o que trouxe o blues ao público jovem

O nome de B.B. King (Riley B. King, Itta Bena, Mississipi, 19/6/1925) é sempre associado aos blues. Claro que há centenas de outros guitarristas e intérpretes, mas nenhum tornou-se tão conhecido quanto King que, no ano passado, comemorando os seus 38 anos de carreira lançou seu qüinquagésimo lp ("Six Silver Strings", MCA/WEA) - coincidindo, também, com o aparecimento no Brasil de um trabalho mais antigo ("The Blues", Everest/Imagem), o que possibilita apreciar diferentes faces de seu talento. Para não fugir da tradição, ele começou a cantar em coros de Igreja e quando ganhou sua primeira guitarra a batizou de "Lucille" (aliás, atualmente esta guitarra tem uma identidade própria - é o instrumento mais conhecido em todo o mundo e um modelo semelhante está sendo fabricado pela Gibson). Ainda criança, começou a se apresentar nas esquinas de Itta, sua cidade natal, em troca de pequenas gorjetas. Em 1946, se mudou para Memphis e começou a tocar profissionalmente. Foi lá que ele foi rebatizado para B.B. King (Blues Boy), onde gravou seus primeiros sucessos e começou a ganhar fama. Em 1969, uma aproximação importante: os Rolling Stones - que já o admiravam há muito - o convidaram para fazer uma excursão pelos Estados Unidos. Graças a estas apresentações para o público jovem (que passou a curti-lo), ele compôs "The Thrill Is Gone", que lhe valeu o primeiro Grammy de sua carreira. A este seguiram-se: o segundo, em 1970, como a melhor capa de disco com "Indianola Mississipi Seeds", o terceiro em 1981 pelo lp "There Must Be a Better World Somewhere" e, finalmente, em 83, com o álbum "Blues And Jazz", ganhou o Grammy como a melhor gravação de blues do ano. Neste "Six Silver Strings", com notáveis arranjos vocais e uma pontuação melódica perfeita de sua guitarra, King inclui uma variedade de músicas com um toque nitidamente blues, nas quais se destacam "Big Boss Man", o clássico de Luther Dixon, num ritmo mais cadenciado; a faixa título, uma balada meio blues; "Into The Night" - que usada como tema central da comédia-policial "Um Romance Muito Perigoso" (um dos sucessos de público em 1985) catapultou também as vendas da trilha sonora daquele filme - onde King também defendia outra música, "In The Midnight Hour" (por sinal, o diretor John Landis, produziu um video-clip de King, com estas canções). Já "The Blues", da Imagem - que infelizmente não tem data de gravação (mas, com certeza se trata de um registro feito nos anos 60), temos outros deliciosos blues, como Rock Me Baby", "Every Day I Love You", "I Was Blind" e "That Evil Child". Quando se imagina que a discografia de blues é imensa (em Londres, há uma loja, que oferece 15 mil títulos diferentes), obviamente que discos de Aretha, Billie ou B.B. King são apenas uma magra amostragem. Mas antes isto, do que nada. E que outros elepês apareçam...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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8
12/01/1986

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