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Aramis

A boa orquestra que poderia ser nossa

Ao final do concerto da Orquestra de Câmara de Blumenau, na noite de segunda feira 28, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto- quando, em pé, o público aplaudia com entusiasmo a esplêndida audição e exigia um número extra, no minimo cinco observadores de nossa vida cultural comentaram: Esta orquestra bem que poderia ser " de Câmara de Curitiba"... Realmente e não nos cansamos de aqui repetir só eterna antropologia tupiniquim e a mania de grandeza de alguns " delfins" da cultura local, fez com que, há cinco anos passados, Norton Morozowicz não tivessa dado prosseguimento à orquestra de câmara que havia aqui formado para a reabertura do auditório Salvador de Ferrante. Na época, ao invés de se apoiar ao seu trabalho, se fez projetos de uma orquestra gigantesca, com músicos internacionais - que nunca saiu do papel. Como agora se sonha novamente na Coordenadoria de Ação Cultural da Secretaria da Cultura, com poucas possibilidades de êxito. Se em Curitiba, Norton não teve condições de formar a orquestra de câmara, em Blumenau encontrou apoio da iniciativa privada, da prefeitura e do Teatro Carlos Gomes, para fazer em apenas 3 anos uma orquestra a que hoje tem prestigio nacional - e cujos méritos foram mostrados ao público curitibano na segunda-feira. A prova disso está no já gordo portfólio da orquestra de Blumenau, recheado de elogios, e o fato de ter acompanhado nestes últimos meses artistas da dimensão do flautista Jean Pierre Rampal, trompetista Maurice Andre e agora a pianista austriaca Ingrid Haebler solista do principal número no concerto de segunda feira, e que nesta semana, apresenta-se em São Paulo e Rio de Janeiro, acompanhada pela orquestra sob regência de Norton. xxx Apesar dos aplausos fora de hora de alguns ( poucos ) espectadores, de muitos claros na platéia, o concerto de segunda feitra foi um sucesso, O público entusiastico soubê reconhecer os méritos desta orquestra formada basicamente por instrumentistas jovens, quase 50% dos quais são curitibanos - daqui saindo pela inexistência de um conjunto de nível em nosso Estado. Os criticos nacionais, que há mais de um ano vêm reconhecendo o valor da orquestra catarinense ( mas com muito sangue curitibano ), por certo estarão falando nos próximos dias a proposito desta nova temporada de uma orquestra mantida pela iniciativa privada, quem sem sofrer o mal crônico do oficialismo que tanto destroi as boas iniciativas culturais, vai abrindo seu espaço nacionalmente. xxx Já que falamos em música crudita , hoje á noite, também no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, concerto da pianista Maria José Carrasqueira, paulista, vários prêmios nacionais e ex-aluna de Magdalena Tagliaterro e Harry Daytner. Ontem, no auditório Salvador de Ferrante, houve a interessante apresentação do Aulos Conjunos de Metais, que sob direção de Luigi Pasquini, reúne bons músicos : Dalton Scheidt, Luigi Pasquini, Joaquim Gomes, Dario Livino Torres, Gergeu de Moraes, Daniel Fernandes Pedro Lemes e Eliezer de Menezes. LEGENDA FOTO - Maria José : concerto no Guaira.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
31/05/1984

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