Brecht, 30 anos depois
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de agosto de 1986
Desta vez o Goethe Institut, tão atento em eventos culturais, inverteu as ordens das comemorações. Ao invés de marcar a efeméride dos 30 anos da morte de Bertold Brecht (Berlim Oriental, 14/8/1956) com algum evento cultural, preferiu adiar a sequência da programação elaborada para este ano e, ontem, nada de significativo ocorreu.
Em compensação, dentro do ciclo de leituras no Teatro Guaíra, o grupo Hora estará fazendo, no dia 6 de setembro, a apresentação de um texto praticamente inédito do dramaturgo alemão "A Verdadeira História de Jacob Behard", que será seguida duas semanas depois, de outro texto - este bem mais conhecido "Os Fuzis da Sra. Carrar". Haverá ainda manifestações musicais, mostrando a aproximação de Brecht com alguns compositores, especialmente Kurt Weill (1900-1950) e Hans Heisler (1898-1962), este um dos mais talentosos alunos do célebre compositor vienense Arnold Schoenberg.
Com ajuda do Goethe, pelo menos dois curitibanos, os professores João Alfredo e Marta Moraes - estão no Rio de Janeiro, nesta semana, acompanhando os eventos que ali se realizam para marcar os 30 anos da morte de Brecht. Entre os quais, a estréia (hoje, Teatro Glória) de "A Verdadeira Vida de Jonas Wenka", uma peça que Brecht deixou inacabada e que tem direção de um de seus mais famosos discípulos, o alemão ocidental Peter Patilzsech, 66 anos. Esta peça narra as dificuldades de um garçom, num período de intensa crise econômica, pouco antes da ascensão do nazismo. A programação para lembrar Brecht inclui, nos dias 18 e 19, em São Paulo, debates sobre sua obra.
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