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Brigagão mostra como é a corrida armamentista

O tema já foi levantado algumas vezes - em grandes reportagens e livros, editados no Exterior: a corrida armamentista. No Brasil faltava um livro atualizado, objetivo, sobre este tema. E foi o que Clóvis Brigagão fez em << a corrida para a Morte<< (Desorne o Mundo Armado) (Editora Nova Fronteira, 115 páginas, Cr$ 1.850,00), que estará autografando, hoje, ao entardecer, numa loja do Shopping Center Mueller. Mineiro, 41 anos, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Brigagão tem mestrados em ciências política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de janeiro e pela Universidade de Chicago. Já foi professor de ciências sociais em Lisboa e pesquisador-convidado do International Peace Reserch Institut, de Oslo. Atualmente, é assessor do governador Leonel Brizola e secretário executivo das relações internacionais do partido Democrático Trabalhista. xxx Preocupado com a corrida armamentista, vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Informação da Paz e representante associado no Brasil da World Policy Institut de Nova Iorque, além de membro do conselho da Associação Internacional de Pesquisa de Paz, em Tóquio e do International Institut for Strategic Stidies, de Londres. Enfim, um dos brasileiros mais ligados aos organismos que reúnem todos os que se preocupam com este tema tão atual, de números impressionantes. Isto deu a Brigagão condições de desenvolver um livro objetivo, jornalístico e, naturalmente, cuja leitura faz com que todos se preocupem com os riscos deste nosso mundo. Como lembrou Aloísio Branco (<< O Globo >>, 26-6-83), quando o Brasil começa a se destacar na tecnologia militar e na exportação de armas, Brigagão propõe uma reflexão sobre o tema. Com suas informações up to date, Brigagão consegue se mover com firmeza e desenvoltura nos meandros desse assunto delicado e abrir picadas numa questão naturalmente cercada de sigilo. xxx Eis algumas revelações impressionantes: << Somando, os Estados Unidos e a União Soviética possuem agora 16.500 mísseis estratégicos e um total de 50 mil bombas nucleares que, se explodissem arrasariam o planeta 100 vezes, destruindo também considerável parte do universo >>. Nessa linguagem desponjada, o autor aponta a mais grave ameaça embutida na corrida armamentista, mas que está longe de ser a única. Entre as suas conseqüências funestas estão os ensaios nucleares já executados, as armas bacteriológicas, a bomba de nêutrons e graves implicações econômicas. Assim, US$ 650 bilhões (340,6 trilhões) foram gastos só em 1981 em atividade militares. Metade dos cientistas do mundo trabalha na área de pesquisa e desenvolvimento militar. Sobre esse aspecto, os dados alinhados por Brigagão são impressionantes: << O programa do sistema de mísseis MX é de tal vulto que o seu custo excede o do Canal do Panamá, o gasoduto do Alasca ou da Sibéria e representa dez vezes a hidrelétrica de Itaipu >>. Os gastos militares desde a II Guerra Mundial (1939-45) até nossos dias excederam 6 trilhões de dólares, o que representa cerca de 15 vezes o produto nacional bruto de todos os países em desenvolvimento somados ou o equivalente à renda anual de 2 bilhões de pessoas nos países pobres. Em outro review, Eurico de Lima Figueiredo (<< Senhor >>, 7-9-83) inçou novo enfoque para mostrar os estarrecedores dados sobre a corrida da morte denunciada no livro de Clóbvis Brigagão: em um mundo onde existem dois bilhões de pessoas sem acesso à água potável; onde 870 milhões de pessoas são analfabetas; onde outros 500 milhões são vítimas de graves problemas de desnutrição, onde 12 milhões de crianças morrem anualmente antes de completar 12 meses de vida, por que construir submarinos como o << Trident >>, cujo preço equivale à educação de 16 milhões de crianças? Ou se fabrica um tanque cujo custo é igual à edificação e aparelhamento de 520 salas de aula? FOTO LEGENDA - Brigagão: revelações impressionantes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
25/10/1983
apenas um abraco de um parente distante...sucesso sempre

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