Campeões
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1980
Afinal aconteceu: o novo lp de Roberto Carlos, está na praça: Saindo com 1.500.000 cópias vendidas - recorde absoluto e termos de indústria fonográfica nacional, o "Rei" disputa o gordo mercado deste final de ano com Chico Buarque ("Vida"), Elis Regina (estreando na Odeon) e Maria Bethania ("Talismã"), entre os cantores que têm um mercado seguríssimo - suficiente para dar a CBS condições de arcar com os riscos de todos os seus outros artistas, afora lançamentos na área jazzística e musical. Em time que dá certo, técnico não muda jogador. E Roberto Carlos continua da mesma forma: o produtor Evandro Ribeiro (ex-executivo da CBS) continua a fazer as gravações nos EUA, a moldar o estilo romântico de RC com algumas pitadas de erotismo ("Amante à Moda Antiga", a faixa mais tocada) ou leves cores sociais ("A Guerra dos Meninos"). O maestro Eduardo Lages, responsável pelo arranjo de uma faixa ("Tentativa", de Márcio Greyk), ganhou também a inclusão de uma música, parceria com Paulo Sérgio Valle ("Confissão"), enquanto outros compositores amigos de RC também ganharam a sorte grande de terem músicas por ele gravadas, o que significa milhões em direitos autorais: Maurício Duboc-Carlos Colla ("Passatempo") - Djavan ("A Ilha"), Mauro Mota/Eduardo Ribeiro ("Eu Me Vi Tão Só"); com Erasmo são "Amante à Moda Antiga", "O Gosto de Tudo", "A Guerra dos Meninos" e "Não Se Afaste de Mim". E Ronaldo Boscoli, um dos melhores letristas da fase da Bossa Nova, ganhou parceria com o Rei: "Procura-se". Falar mal de RC é perda de tempo: comercial, romântico, aproveitador não importa. Seu estilo agrada a milhões e renda ainda mais. E, entre um amor e outro, até que não faz mal ouvi-lo em seu romantismo. Sem maiores compromissos, é claro.
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