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Aramis

Capelista no Carnegie Hall

Se algum paranaense encontrar-se em Nova Yorque na próxima quinta-feira dia 30 e passar pelas imediações do Carnegie Hall, não reconhecerá nas fotos do violonista que ali se exibirá, um conterrâneo. Mas na verdade o violonista Silas Antonio do Espírito Santo, 31 anos, que na próxima semana fará sua estréia naquele auditório - um dos mais famosos do mundo, é paranaense de Antonina. Filho de uma família humilde, o mais novo de 11 irmãos, Silas Antonio começou a estudar violão aos 15 anos e, em 1969, foi o primeiro diplomado pela Academia Paranaense de Violão em Curitiba. Passou 5 anos no Rio de Janeiro, estudando com o paranaense ( de Paranaguá) Waltel Branco e o maestro José Siqueira, período em que fez os primeiros recitais. Viajando ao Exterior, conseguiu apresentações em Lima e Quito. Nos Estados Unidos desde o ano passado, sem a proteção de ninguém e a custa de seu próprio talento, conseguiu sobreviver dando aulas (já tem 5 alunos) e agora, surpreendendo a sua família, anunciou o seu próximo concerto. Na família, quem lhe deu o maior estímulo foi a mana caçula, Lídia, estudante de psicologia, funcionária dos Móveis Cimo e que agora está aprendendo flauta doce, sonhando em fazer um recital em duo, quando Silas voltar ao Brasil, em princípio de 1977. Humilde mas com grande força de vontade, Silas Antonio do Espírito Santo decidiu-se pela carreira de violonista clássico apesar da oposição inicial de seu pai, líder batista no Litoral, mas que hoje é um entusiasta da arte do filho. Aqui fica o registro sobre a nova escalada internacional de mais um paranaense. Afinal, já são vários os brasileiros que triunfaram nos EUA, entre os quais o catarinense (mas criado em Curitiba) Airto Guimorvan Moreira hoje um dos mais importantes percusionistas contemporâneos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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23/09/1976

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