CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de março de 1973
Carl Theodor Dreyer (Copenhague 1889-1968) é o mais famoso nome do praticamente inédito cinema dinamarquês. Jornalista, dedicou-se ao cinema a partir de 1912 como assistente de Auguste Blon, montador e roteirista. Em 1919 começou a dirigir seus próprios filmes. Alternadamente na Dinamarca, Suécia, Noruega, Alemanha e Europa. Realizou um dos mais belos filmes da historia do cinema, "La Passion de Jeanne D'Arc" (1928, na França). Sua obra é de inspiração mística, impregnada de um rigor protestante. Formalmente Dreyer situa-se entre o expressionismo alemão e o realismo escandinavo. Impressionado pela bruxaria, Dreyer consegue uma certa contemporaneidade pela sua procura da abstração que não raras vexes alcança uma realidade concreta, seu simbolismo sendo uma imagem da alma e da condição humanas. Declarou que "há uma estreita semelhança entre uma obra de arte e um ser humano: ambos tem uma alma que se manifesta pelo estilo". Um de seus filmes mais famosos - "Vampyr" (França, 1932); exibido na mostra Tesouros da Cinemateca Francesa na Guanabara e São Paulo, foi substituído, para a seleção destinada a percorrer as capitais de 7 estados, por "Praestreeken" (A 4a Aliança da Dam Margarida, Noruega, 1921), que será exibida hoje, às 20 horas, no Teatro do Paiol. Outros filmes marcantes de Dreyer são "Folhas Arrancadas do Livro de Sarã" (Biade Aus Satans Bog, Dinamarca, 1928), (Dies Irae" (Dinamarca, 1943) e "Gertrud" (Dinamarca, 1964). Foi em "Vamoyr" e "A Paixão de Joanna D'Arc", que apareceu o fotografo Rudolph Maté, mais tarde emigrado para os Estados Unidos, onde tornou-se respeitável diretor.
Enviar novo comentário