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Aramis

Cinema

Se o Vitorio De Sica ator estava desgastado os olhos do público mais exigente, << O Jardim dos Finzi Contini >> - produção de 71 - foi a devolução do mesmo cineasta que nas décadas de 40/50, ofereceu os melhores obras do neo-realismo: << Ladrões de Bicicletas >> (48), << Milagre em Milão >> (50), << Umberto D >> (51) e << O Teto >> (56). Do romance de Giorgio Bassani, << liberamente trato >>, De Sica obteve um documento pungente sobre o fascínio na Itália, contada em imagens de sensível beleza, na fotografia de Enio Guarnieri - aqui repetindo seu trabalho marcante de << Metelo >>. Sem duvida, << IL Giardino Dei Finzi Contini >> poderá permanecer como a obra definitiva de Vitorio De Sica. Outro nome consagrado, Ingmar Bergman (foto), surgiu em 72, com uma de suas obras mais abertas: << Paixão de Ana >> - onde pela primeira vez utilizou as cores - não deixou o universo bergmanismo (uma ilha, não importa onde e seus poucos personagens), mas permitiu maiores reflexões (e menos hermetismo), do que em << A Hora do Lobo >> e << Vergonha, suas sua poesia situa-se num plano ontológico bastante visível, e ele próprio adverte que em seu livro o grande tema é o homem nas suas aflições, alegrias, amor e secura, o egoísmo e doação, em alguns passos ferido, mas que sempre prefere a esperança à rendição. Por outro lado, seus poemas não se erguem como muros diante do leitor, antes o convidam ao diálogo fraterno (vide dedicatória), e propõem perguntas em que o leitor é convidado a pensar além dos versos finais, que não foram escritos, e que a cada um de nós compete elaborar segundo nossa condição independente de quaisquer fronteiras religiosas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
03/01/1973

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