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Cinema

FINAL aconteceu: "Em Louvor à Mulher Madura", cuja reprise há muito vinha sendo anunciada, substituiu, inesperadamente a "1941", de Steven Speilberg, no Cine Bristol. Quando se esperava que com a estréia de "Adeus, Emanuelle", 77, de François Letterier, no Vitória, "O Império Ataca Novamente", de Irvin Kershner, passaria para o antigo Marabá, houve uma mudança. E a continuação de "Guerra nas Estrelas" ficou para retornar em outra ocasião, já que público ainda tem. A reprise de "In Praise of Older Women" é das mais oportunas, especialmente para quem não pode ver este belo filme canadense, rodado há 2 anos passados e que revelou em George Kaczender um talentoso diretor. Paul Gotlieb, agora já fazendo carreira como realizador, foi quem roteirizou o romance de Stephen Vizenczey, como Kaczender, iuguslavo de nascimento. O elenco não poderia ser melhor escolhido: Tom Berenger é Andras Vayda", um jovem hungaro que vai crescendo com diferentes experiências amorosas: aos 12 anos, a condessa (Ian Tracey), depois Maya (Karen Black), seguido de Bobbie (Susan Strassberg), Paula (Alexandra Stewart, que também está no elenco de "Emmanuelle, Adeus") e, finalmente, Ann (Helen Shaver). A fotografia de Miklos Lente capta bem cenários da Hungria e do Canadá, onde o filme foi rodado. Uma reprise com sabor de estréia que se constitui, sem favor, na melhor indicação desta semana de poucas opções. "Mulher Nota 10" (Astor, 2a semana) é o tipo do filme bem realizado: um roteiro bem trabalhado, a revelação de um novo comediante o inglês Dudley Moore, uma mulher realmente bela - Bo Derek, e a presença sempre cativante de Julie Andrews. Black Edward, diretor-roteirista, é um homem que sabe trabalhar um bom argumento e com a ajuda de seu amigo Henry Mancine, produzindo uma trilha sonora como não fazia há muito tempo (editada no Brasil pela WEA) temos um resultado onde o agrado do público não fica em contradição ao aplauso que a crítica pode dar. Evidentemente, "10" não é um filme para entrar em nenhuma lista dos 10 melhores do ano, mas também não desmerece sua indicação como um bom - e higiênico - entretenimento. A não ser que não se goste de uma excelente música belios cenários e, especialmente, a atraente Bo Derek. A semana oferece também opções aos que gostam de diferentes gêneros. Aos que curtem o terror, temos "Semente do Diabo" (Prophecy), de John Frankheimer, misturando exorcismo e ecologia, numa produção de momentos de tensão. Faltam nomes famosos no elenco -Talia Shire, Robert Foxworth, Armando Assant mas Frankheimer é um cineasta com obra das mais respeitáveis, um profissional de muitos acertos. Com "Semente do Diabo" (Lido), teve algumas críticas negativas, mas, no mínimo, o filme deve oferecer cuidados técnicos. Unindo o parapsicológico ao erotismo, o franco-brasileiro Jean Garret faz de "A Força dos Sentidos", com Aldine Muller, Ana Maria Kreisler, Elisabeth Hartman, Francinete, um filme de razoável bilheteria, justificando sua permanência no Condor. Na segunda-feira, no Avenida, em substituição a pornochanchada "O Doador Sexual" (sobre o qual é inútil perder tempo), termos "O Princípio do Prazer", produção tupiniquim na área do erotismo, com maiores cuidados de realização. Uma mostra de como usar o erotismo com inteligência e bom gosto é o que nos dá o italiano Salvatore Samperi em "Malicia" (Cine Rivoli), comédia apimentada, com a belíssima Laura Antoneli e o garotão Alessandro Momo. Realizado em 1973, "Malizia" agradou tanto que teve uma espécie de continuação, no ano seguinte, com os mesmos interpretes: "Pecado Venial". Aos que sempre curtiram os livros de Conan Doyle, com as aventuras de Sherlock Holmes e Dr. Watson, "Assassinato por Decreto" (Cine São João) coloca a famosa dupla tentando desvendar crimes atribuidos a Jack, o Estripador. Sherlock é vivido por Christopher Plummer e Watson por James Mason e no elenco de suporte há bons interpretes: Genevieve Bujold, David Hemmings, Susan Clark, John Gielgud, Anthony Quayle e Frank Finlay. O roteirista John Hopkins trabalhou livremente, apenas inspirado nos personagens de Doyle. O diretor é Bob Clark, bastante competente a julgar pelas referências internacionais. Duas reprises para quem não teve chance de ver os filmes por ocasião de suas estréias: "Nasce Uma Estrela" (A Star Is Born), de Frank Pierson quarta versão do conto de William Wellman/Robert Carson, agora colocando no universo pop os personagens que, na última versão (1954) foram interpretados por Judy Garland e James Mason: Kris Kristofferson é um cantor pop, em decadência e Barbra Streisand a jovem artista que ele ajuda a aparecer. Barbra produziu, fez algumas canções, junto com Paul Willians (inclusive ganhou Oscar pela música-tema) e consta que dirigiu algumas sequências. No Cinema 1, "A Star Is Born" fica até quarta-feira, devendo ser substituída por "O Couraçado Potenkim", 1925, de Sergei Eiseinstein, um dos clássicos do cinema internacional e que já mereceu longos registros em O ESTADO, devido sua importância. LEGENDA FOTO 1 - Demonologia ecologica: "A Semente do Diabo" no Cine Lido. LEGENDA FOTO 2 - Laura Antonelli, Alessandro Momo e Rino Caruzo numa comédia excitante: "Malicia". LEGENDA FOTO 3 - Kris Kristofferson e Barbara Streisand, numa reprise recomendável: "Nasce Uma Estrela".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Fim de semana
12
15/08/1980

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