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Aramis

Cinema

Fiel ao seu conceito do Nebrealismo como um a posição moral ante a realidade, Roberto Rosselini passou progresivamente do coletivo ao individual, a um descobrimento do personagem humano baseado em um conhecimento mais direto e profundo do ator, atitude que reforçaria sua tendência natural a improvisação, meio de preservar a autenticidade de seus interpretes. Seu constante desejo de penetrar a fundo em seus personagens - de "Alemanha, Ano Zero", a "Viagem na Itália" - estimulou outra tendência de Rosselini, o desprezo da lógica dramática tradicional. Cronista do itinerário espiritual de almas que tomam consciências de valores até então ignorados, Rosselini observeu em seus filmes, pacientemente, os momentos de espera desta revelação na busca do choque definitivo que permitiria chegar em sua essência. O sentido psicológico de seus filmes, a evolução espiritualista de sua obra e as dificuldades em sua vida particular (em especial, seu desquite com a atriz Ingrid Bergman (foto), e conflitos com os produtores, o converterem em um dos cineastas mais polêmicos dos anos 50. Em decadência após o seu incompreendido "Viagem na Itália" (1954) e "Índia"(1967), para muitos uma de suas melhores fitas, Rosselini voltaria em evidência ao conquistar o Leão de São Marcos, no Festival de Veneza de 1969, com << De Crapula A Herói" (IL Generale de ia Rovere - hoje no Teatro do Paiol). Depois de mais dos filmes em que voltou ao tema de após-guerra - "Era Notte a Roma" 960) e "Vila I`Itália" (61) , e uma clássica adaptação de uma novela de Standhal, "Vanina Vanina" (1962), Rosselini passou a trabalhar mais em filmes para a televisão, também realizando neste campo verdadeiras obras-primas, infelizmente restritas aos felizes telespectadores da REI.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
24/01/1973

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