Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de abril de 1973
A compra do cine Lido pela Condor Filmes, capitaneado pelos big-boss Pepe (foto) e José Verde-martinez, justifica mais algumas reflexões sobre a situação dos cinemas de Curitiba. Pois foi justamente um terceiro irmão Martinez, o bom Francisco, que em 1985 trouxe uma nova mentalidade em termos de exibição, quando, assumindo o controle dos cinemas que durante quase 20 anos pertenceram à empresa Sul, balançou o equilíbrio existente: em pouco tempo dinamizava praticamente todas as casas exibidoras da cidade, com exceção do Lido e do Plaza - que desde sua inauguração, em 1964, passou por várias mãos até chegar a Paulo Sá Pinto, seu atual proprietário. As varias modificações nos cinemas da cidade - com o grupo Fama filmes, que graças ao tino comercial do velho Arnaldo Zonari conseguiu crescer de uma anômia importadora de pauso-historicos e sub-bang-bang italianos para um de nossas mais importantes exibidoras, com cinemas em várias capitais, adquirindo de Francisco Erde Martinez o controle da praça, provocou também reflexos nas companhias distribuidoras. Pouco a pouco as filiais das produtoras americanas, numa política de economia determinada pelas matrizes, fora, entregando a distribuição territorial de suas produções aos próprios exibidores, enquanto outras, não aceitando as regras do jogo, praticamente deixaram de lançar filmes em Curitiba. É o caso de United Artists, que há quase dois anos não exibe um único filme em nossa cidade. Com isto, o público curitibano está ainda sem conhecer um musical como << O Violonista no Telhado >> (Fiddler on the Roof, de Norman Jewison), que já percorreu todo o Interior. Quaesque tandem?
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