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SONATA A 4 - Assumindo a coordenação das produções de música erudita da Continental, o violonista e maestro Cussy de Almeida, está bastante ocupado: além de manter a Orquestra Armorial, em Recife (que já fez dois elepes pela Continental e prepara um terceiro); o músico pernambucano é aina o 2º violinista do quarteto Guaíra, que se constitui na mais nova unidade da Fundação Teatro Guaíra. Junto com Aleida Schewitzer (piano/cravo), Jjerzy Milewski (violino) e Peter Daueslberg (violoncelo), Cussy vem se apresentando praticamente todas as semanas. Até agora o Quarteto já fez quase 50 concertos e tem 80 outros compromissos até o final do ano. Com uma formação não usual em termos de quarteto, o Guaíra justifica seu trabalho pela necessidade de estimular compositores a escreverem para este tipo de quarteto, além de divulgar os trabalhos existentes. E, na Continental, dentro de sua linha erudita (através da Phonodisc/Luxo), o Quarteto Guaíra já foi convidado a gravar todas as peças que existem para a sua formação. O primeiro destes discos, "Sonata À Quatro" foi lançado há duas semanas, com um concerto no auditório Salvador de Ferrante, seguido de coquetel. O disco traz excelente apresentação: texto de Maurício Tavora Neto, superintendente da FTG, biografia dos autores incluídos e fotos de contracapa e do envolucro do disco feitas pelo talentoso Marcio Kramer, da ZAP (cujo nome foi, involuntariamente, omitido nos créditos do disco). Com Cussy usando seu legítimo Stradivarius de 1709, o polones Jerzy com o violino maggini de 1580, Dauelsberg com seu violoncelo Vuillaume e Aleida no piano e órgão, temos nesta "Sonata a 4", as peças de Jean-Baptiste Loeillet (1653-1728), G. Ph. Telemann (1681-1767), Antonio Vivaldi (1678-1741) e S.S. Szarzynski (ca 1700). O lançamento desta "Sonata a 4" nos parece grande significado, por se constituir no registro fonográfico de um grupo de excelentes instrumentistas eruditos, preocupados em difundir a música dos mestres em nosso País. E, principalmente, no Paraná. CENT ANS D'OPERA (Vogue /Copacabana, VGLP 12026/27, julho/76) - Genero com público restrito - embora entusiasta e aguerido, a Opera tem mínima fonografia no Brasil, o que obriga os apreciadores a recorrerem as caríssimas gravações importadas. Para este público, a Copacabana vem fazendo algumas edições primorosas: no início do ano, saiu a coleção "Great Voices of Century", com registros dos maiores nomes do bell canto nas primeiras décadas deste século. Agora, aproveitando uma coleção da gravadora francesa Vogue, a Copacabana lança os dois primeiros volumes de "Cent Ans D'Opera", o que os apreciadores do gênero saberão prestigiar, embora não se trate de gravações integrais, mas sim trechos das óperas mais célebres. No volume um temos as vozes de Alain Vanzo, Robert Massard, Adriana Maliponte, Denise Stharley, Gustave Botiaux, Suzana Sarroca e Adrien Legros em trechos de "Le Barbier De Seville", "Manon", "Carmen" e "La Tosca". No segundo volume, Gustave Botiaux, Adriana Maliponte, Xavier Depraz, Alain Vanzo e Renée Doria em arcas de oito outras operas: "Rromeo et Juliette", "Loise", "Fauste", "Les Pécheurs De Perles", "Werther", "La Boheme", "Rigoletto" e "Mireille". ROBERTO SCHUMANN na voz de Peter Schreier - Peter Schreier, um dos tenores alemães mais disputados no momento, é o intérprete de dois belos ciclos de canções de Schumann ("Dickterlieb op. 48" e "Liederkreis opus 24) em lp em que é acompanhado pela pianista Norman Shetler (Deutsche Grammophon/ Phonogram, 2530353, junho/76). Como acentuou o jornalista Ronaldo Monteiro, do "Jornal do Brasil", Schreier - que se tornou famoso pelos seus desempenhos como "Evangelista" nas "Paixões" de J.S. Bach - está plenamente a vontade na música de Robert Schumann (1810-1856), evidenciando seu timbre privilegiado com a inflexão exata para cada canção. Além da correção técnica, demonstra que sabe captar adequadamente o clima expressivo dos textos interpretados, transmitindo-os em sua totalidade para o ouvinte. VERDI EM DOSE DUPLA - Para os apreciadores da obra de Giuseppe Verdi (1813-1901), a Phonogram está lançando neste mês dois importantes elepês: "Coros de Óperas" e "Integral da Música de Balé" - Como esclarece Antonio de Almeida, regente da Orquestra Sinfônica de Londres e da Orquestra Nacional da Ópera de Monte Carlo, que nos dois discos deste álbum duplo (Philips 6700-103) apresentam as peças da "musica de Balé", os tratos de Verdi com Paris, foram ilustrações clássicas de um relacionamento de amor e ódio. Embora ele fosse altamente respeitado na França, como testemunham suas promoções regulares na ordem da "Legião de Honra", toda sua vida ele resmungou contra as intrigas e a desorganização francesa; no entanto escreveu, ou reescreveu, seis de suas óperas para ções em francês na capital francesa. Uma das regras mais frívolas, porém férrea, da Grand - Opera Francesa, era a presença obrigatória de um elaborado balé, pouco antes do começo do terceiro ato; a essa altura os membros do Jóquei Clube já teriam terminado seu descansado jantar e assim poderiam emendar com a Ópera da Ru Le Peletter, chegando a tempo de aplaudir suas protegidas no [corpo] de ballet. Verdi, como outros compositores da época, fi forçado a se curvar a essa tradição e portanto a compor seis balés de importância variável, reunidos agora nesse interessante álbum duplo: "I Lombardi: Jerusalém"; "Il Trovatore", "Otello", "Vespri Siciliani: As Quatro estações"; "Don Carlos: O Baile da Rainha" e "Macbeth".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
31
11/07/1976

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