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Aramis

Com os russos, o Guaíra vai longe.

A revista "Isto É", que sempre é cordial em sua apreciações críticas, antes mesmo da estréia de "O Quebra-Nozes" em São Paulo (o que acontecerá amanhã à noite, no Municipal), já teve palavras simpáticas. Em texto de Helena Katz, publicado na edição que está nas bancas, se destaca o seguinte texto, comentando a diferença que marca a passagem de Vladimir Vasiliev e Ekaterina) dançarão uma obra inteira com um bom conjunto brasileiro, como pode ser classificado o Guaíra, que não funcionará apenas como pano de fundo para os superstars. Carlos Trincheiras, o diretor artístico da companhia, montou o "Quebra-Nozes" com uma verba de mais de 5 milhões de cruzeiros e todos os seus 97 bailarinos, e manterá a obra encenada, depois que os russos se forem. Aliás, nas matinês, Bettina Dalcanale, Jair Moraes, Cristina Kamuller e Francisco Duarte revezarão os primeiros papéis com a dupla internacional. Dignidade existe. Esse é um exemplo". Xxx Um detalhe importante com relação a esta montagem do Ballet Guaíra: a mesma só está sendo realizada por uma decisão de nível pessoal do governador Ney Braga. Devido a cortes no orçamento da Fundação Teatro Guaíra, a temporada do balé seria reduzida a um programa mais modesto. Entretanto como o diretor artístico do grupo, o coreógrafo lusitano Carlos Trincheiras estava muito animado com a recepção que "Petruska", musica de Stravinski, havia obtido nas apresentações em Salvador, Rio e São Paulo, não se conformou. E na primeira oportunidade que teve fez um apelo direto ao governador Braga, cobrando a sua promessa de que o Ballet Guaíra seria o melhor do Brasil. Com bons argumentos e agilidade verbal, Trincheiras acabou convencendo o governador a liberar da verba de "recursos especiais", a soma necessária para esta montagem. Posteriormente, o empresário Dante Viggiani procurou o Guaíra, oferecendo a oportunidade de que os bailarinos do Bolshoi, Vasiliev e Maximova, dançassem com o Guaíra. Só que então se inverteram as regras do jogo: ao invés do grupo paranaense ser apenas pano-de-fundo, sujeito a levar criticas da imprensa nacional (como aconteceu com o balé da Fundação Clóvis Salgado, que acompanhou Baryshnikov), a proposta foi de que as estrelas do Bolshoi é que dançariam "O Quebra Nozes", peça já escolhida nestas alturas. Após alguns telefonemas internacionais chegou-se um acordo. Carlos Trincheiras esteve em Buenos Aires, por onde Vasiliev e Maximova iniciaram sua temporada na América Latina, acertando detalhes. Chegando a Curitiba no dia 20, os bailarinos russos se integraram ao Guaíra e só o problema que Ekaterina teve com seus dentes é que impediu que pudesse ensaiar no domingo e estrear na segunda-feira, como havia sido planejado. Com isto, só houve a apresentação de ontem à noite, já que nestas alturas os cenários, guarda-roupas e os bailarinos estão a caminho de São Paulo, para preparar-se a estreia de amanhã à noite. Os curitibanos poderão assistir "O Quebra-Nozes", com ingressos a preços populares, na segunda quinzena de dezembro. Inclusive, em feliz iniciativa de Aldo Almeida Jr., diretor executivo da FTG, os espetáculos estão sendo vendidos a empresas, para que as mesma ofereçam ingressos a seus funcionários. O programa que o empresário Viggiani mandou confeccionar para ser vendido no Rio e São Paulo apresenta um alto nível gráfico, destacando o currículo dos bailarinos do Guaira, promovendo assim ainda mais o nome destes artistas. Xxx GASTANDO menos do que 1% do que recebeu com a venda do sobrado no inicio da Rua Marechal Deodoro para o grupo C&A, o comerciante japonês que há anos ali explorava o restaurante "Tempo" já pode instalar o seu estabelecimento em nova sede; numa das lojas da galeria Mild (Rua Emiliano Perneta, 317), o "Tempo" voltou a oferecer as suas especialidades orientais. Para ocupar o antigo espaço do "Tempo", um sobrado quase na esquina da Praça Zacarias, a C&A pagou Cr$ 140 milhões à família japonesa que o havia adquirido há poucos anos. Apesar da fortuna recebida, a tradição culinária contou mais alto e o "Tempo" já está de casa nova. Aconteceu o mesmo que marcou o "Bologna", há alguns anos: a família de milaneses que fez a fama da casa, instalada precariamente numa antiga churrascaria na Praça Osório, ficou rica ao ter o imóvel vendido e se transferiu para a Avenida Dr. Carlos de Carvalho. Apesar de manter o mesmo serviço e cozinha, o ambiente ficou mais sofistico - sem a simplicidade encantadora da antiga sede.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
8
26/11/1980

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