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Aramis

Correspondência

Da senhora Fernandina Coelho, viuva do jornalista Carlos Coelho, falecido há dois anos, em Curitiba, quando aqui chefiava a redação do "Diário do Paraná", recebemos simpática carta, enviada de São Paulo, onde atualmente reside, com seus 4 filhos. Agradecimento registro que fizemos dia 5 de maio último, em relação a desconsideração por parte da assessoria do ex-prefeito Saul Raiz, em nem sequer informá-la de que uma praça seria inaugurada com o nome de seu marido -mestre de pelo menos duas gerações de profissionais paranaense, nos períodos em que viveu em Curitiba, entre 1962/63, como chefe-de-redação da sucursal de "Última Hora" e, entre 1976/77, na tentativa de reestruturação do "Diário do Paraná". Dona Fernandina ficou tão magoada pela exploração unicamente demogógica e política feita em torno da inauguração da praça com o nome de seu marido, no apagar das luzes da administração de Saul Raiz, que pretendia publicar uma carta aberta, denunciando os fatos. Em sua linguagem sincera, emocionada, ela diz: "Não entendo de política e nem de política barata, mas entendo de moral e sentimentalismo. É com a moral que sempre meu marido viveu, não se deixando corromper pela políticagem e nem pela demagogia, que tenho alicerçado os princípios de minha família. De sentimentos eu também entendo porque meu marido era puro, ingênuo, que nem em vida percebeu o que fizeram com ele. Um jogo sujo, desonesto, desleal, um jogo que não se faz a quem é simples e está cheio de amor para dar (...) Meu marido era simples demais e talvez nem ele quisesse seu nome em praça pública. E digo: ao simples o respeito que eles merecem. Meu marido nunca foi político e se eu soubesse de toda essa palhaçada não teria permitido essa inauguração que só serviu para entrar na lista de estatística e fazer com que aqueles gotam de aparecer ficarem em evidência". A sra. Fernandina Coelho já entregou ao jornalista e escritor Ignácio de Loyola, que também teve em Coelho um de seus mestres mais queridos, dezenas de contos inéditos, para serem selecionados e editados num livro póstumo - isto sim uma homenagem respeitosa a memória do grande jornalista que Carlos Raymundo Coelho foi - e das muitas lições que ele transmitiu a todos que tiveram a felicidade de com ele conviver nas redações.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
13/06/1979

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