Desrespeito
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de julho de 1991
O respeito ao público que se dispõe a sair de casa em noites frias e procurar um cinema é o mínimo que o exibidor pode oferecer, já que o agrado ou não do filme que apresenta, não é de sua responsabilidade. Entretanto, a Fundação Cultural de Curitiba, através de sua bem remunerada "coordenação de cinema" (funcionários admitidos sem concurso, com salários superiores aos pagos a equipe anterior, afastada em abril), continua a mostrar que infelizmente não tem experiência e competência para as funções.
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No sábado, pelo menos seis espectadores que foram ao Cine Groff ficaram quase tão "Possessos" como personagens do filme polono-francês, inspirado no russo Dotoieveski, ali em exibição. É que sem qualquer aviso prévio o coordenador dos cinemas, Francisco Nogueira (que é também professor no curso de Artes Cênicas do Guaíra) antecipou para as 19h a primeira sessão da noite, "imaginando" que a metragem do filme seria maior do que a normal. Resultado: muita gente chegou atrasada e a sessão seguinte só começou às 21h30.
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Foram 30 minutos de espera numa sala gelada, que não dispõe [sequer] de um bebedouro e cujos banheiros continuam uma sujeira. Em qualquer cinema do mundo em que o filme tenha sessões contínuas, não se admitem intervalos tão demorados. Bastaria ao [Sr.] Nogueira ter consultado o experiente operador da casa, Leonilton, para saber que o filme tinha a metragem normal.
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O fato foi testemunhado, além deste jornalista, pelos espectadores Roson Wal, 30 anos; Edivaldo Mesquita, 29; o quartanista de Direito Jonny Aratier e sua namorada, Lea Hoengen, entre outros, que se mostravam irritados e dispostos a reclamar ao prefeito Lerner, em sua volta da Europa, pela desatenção da Fucucu em relação aos espectadores.
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