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Discurso infeliz de Lúcio ofende a classe artística

Se o deputado Tadeu Lúcio Machado tiver o mínimo de educação e sensibilidade política, além do respeito ao sexo feminino, espera-se que procure a advogada Yara Moraes Sarmento e, especialmente, a professora Elisa Gonçalves Martins, para tentar justificar os ataques injustos que dirigiu a estas duas profissionais. Embora poucos acreditem que o parlamentar peemedebista terá a grandeza de reconhecer o erro que cometeu ao, ingenuamente, no dia 10 de abril último, ter lido na Assembléia Legislativa, um discurso, preparado pelos assessores da Secretaria da Cultura e Esportes e no qual se pretendeu, inutilmente aliás, responder às concretas e corajosas críticas que o independente deputado Oswaldo Alencar Furtado fez em relação ao descalabro da vida cultural no Paraná durante o governo José Richa (e que, infelizmente, ameaça prosseguir na administração João Elísio Ferraz de Campos). xxx O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Paraná, através de seu presidente, o ator Lúcio Tongo Mange, endereçou ao deputado Tadeu Lúcio Machado, um convite para que ele comparecesse na assembléia convocada pelo Sindicato, na noite de 23 de abril, quando os seus ataques foram analisados. Alegando problemas de saúde, o deputado peemedebista não compareceu - e com isto irritou ainda mais a categoria artística. Os profissionais de espetáculos em diversões no Estado do Paraná teriam muito a dizer ao deputado Machado, pois ele, ingenuamente, lendo um discurso (inclusive escrito em papel timbrado da Secretaria da Cultura e Esportes, o que prova sua origem oficial) se imiscuiu em área que absolutamente não conhece. O mais grave, porém é que na tentativa de esconder o sol com a peneira e justificar o clima de ódio e perseguições dentro daquela pasta - em especial na Fundação Teatro Guaíra - os redatores do discurso lido por Tadeu Lúcio Machado, ofenderam, gravemente - mesmo sem citar nomes - tanto Oracy Gemba, ex-superintendente da FTG (hoje diretor de Previdência do IPE), como Yara Sarmento, diretora de arte e programação e a professora Elisa Martins Gonçalves, da Universidade Católica do Paraná, há 14 anos desenvolvendo atividades na área cultural, ex-assessora do ministro Euro Brandão, da Educação e Cultura, e graças a quem se deve o reconhecimento do Curso Superior de Artes Cênicas através de convênio com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. xxx Em educada, mas enérgica carta encaminhada ao deputado Tadeu Lúcio Machado, a professora Elisa Gonçalves Martins esclarece ponto por ponto as insinuações feitas em relação ao seu trabalho profissional, reafirma suas denúncias em relação ao caos implantado na área cultural do Estado pela incompetência da secretaria e se coloca à disposição do parlamentar para qualquer esclarecimento a respeito. Mas espera, também, ao menos a educação do deputado em dar uma resposta, já que, ao aceitar, como ventríloquo, ler na Assembléia Legislativa, um ataque a profissionais respeitados, não foi somente ingênuo: mostrou falta de sensibilidade e inteligência ao aprofundar uma separação de uma categoria ativa e de grande mobilização no Estado, qual seja a artística. xxx Ao atacar o deputado Osvaldo Alencar Furtado como "inocente útil, desinformado" - o que não é verdade, pois aquele parlamentar há muito está identificado com as reivindicações da classe artística do Paraná - o deputado Lúcio Machado ofereceu elementos para que na carta a ele dirigida, a professora Elisa Gonçalves, comente: "Igualmente, lamento imensamente que Vossa Excelência, ao ler o texto preparado pela Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte, foi quem tornou-se o 'inocente útil' e desinformado'". xxx Elisa Martins Gonçalves, conforme aqui noticiamos, assumiu, há três semanas, em Brasília, a convite do governador do Distrito Federal, deputado José Aparecido de Oliveira, o cargo de Diretora Executiva do Programa de Defesa do Consumidor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
17/05/1986

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