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Aramis

Donald, o subsersivo

A bibliografia de histórias em quadrinhos em português - ainda pequena, mas com novos títulos acrescentando-se semestralmente - acaba de receber suas mais explosivas contribuições: "Para Ler O Pato Donald" de Ariel Dorfman e Armand Mattelart (Editora Paz e Terra, 136 páginas, Cr$ 50,00). Escrito em 1971, no Chile, pelos professores Ariel Dorfman, membro da divisão de Publicações Infantis e Educativas de Quimantu, Armand Mattelart, chefe da Seção de Investigação e Avaliação de Comunicação de Massas de Quimantus e professor investigador do Centro de Estudos da Realidade Nacional, o ensaio - com o subtítulo de "Comunicação de Massa e Colonialismo", propõe uma revisão dos personagens - e ao império - construído por Walt Disney (1901-1966), apreciado sobre o ponto de vista político. *** Álvaro de Moyra, um dos maiores experts em quadrinhos no Brasil, responsável pela tradução, adverte no prefácio que "este livro tem que ser encarado como um panfleto, uma obra sectária, política, parcial, radical e antimperialista e anticolonialista em seu bom e seu mau sentido". Mas, a quem se interessa pelo mundo das histórias em quadrinhos - que há muito deixou de ser marginalizado, para interessar cineastas como Alain Resnais, Godara, Cesare Zavattini, Lelocuh, Domiano Damiani, Elio Petri etc. - é obra de leitura obrigatória. Pois o mundo de Disney ao lado de seu encantamento as crianças de (quase) todo o mundo, é um poderoso império econômico: a atividade do grupo não se cincunscreve às revistinhas (no Brasil, editadas pela Abril) mas às tiras diárias dos jornais, aos suplementos coloridos dos jornais dominicais, dos filmes de animação de longa metragens, dos filmes com personagens "vivos", dos filmes curtos, educativos, documentários de longa metragem para o cinema, os programas semanais de televisão, audiovisuais, discos, venda de "originais", merchandise, os parques de diversões (Disneyland, em Los Angeles; Disneyword, em Orlando) que obtiveram um levantamento econômico por Wilson Velloso na extinta revista "Publicidade & Negócios". Foi divulgado recentemente que depois da morte de Disney, em 1966, o faturamento havia crescido de 116 milhões de dólares para 329 milhões, e os lucros de 12 milhões passaram a 40 milhões de dólares. ______________________________ Um novo e exclusivo cartão de crédito, lançado inicialmente em São Paulo, mas que já começa a estender sua ação ao Sul, não está preocupando os ricos concorrentes (Nacional, Elo, Credicard), mas talvez venha a ser objeto de investigação de autoridades policiais - e não do Banco Central: o SexyCard. Ainda não houve confirmação oficial de seu funcionamento por aqui, mas na inflacionada noite paulista, as belas freqüentadoras do La Licorne e Scarangouchio e, além de endereços menos glamourosos da Rua Major Sertório, já passaram a utilizá-lo - com maior segurança pessoal e comodidade aos clientes. Em Curitiba, ao que consta , o lançamento seria feito por paulistas em temporadas na popular "4 Bicos" que, nos últimos anos, tem crescido bastante - em movimento e espaço, nas margens da BR-277. _____________________________ Professor José Luiz, hoje dedicando-se exclusivamente ao seu sonhado planetário do Colégio Estadual do Paraná, garante que o mesmo fica pronto ainda este ano. Astrônomo dedicado - correspondente no Paraná da NASA - José Luiz vinha há mais de 10 anos lutando para que fosse construído um planetorium em Curitiba, finalmente em obras nos jardins do Colégio Estadual. Mas tão logo o mesmo fique pronto, Zé começa outra campanha: construir em área doada pela prefeitura, no jardim Virgínia III, em Santa Felicidade, um moderno observatório, que permitirá melhor aos curitibanos ver (e ouvir, por que não!) estrelas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
14/06/1977

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