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Aramis

Duplas

Antonio Carlos (Pinto) e Jocafi (José Carlos Figueiredo), constituem um caso a parte dentro da MPB na última década: baianos, inteligentes, com boas idéias, encontraram um caminho que lhes garantiu tranqüilidade financeira e ampla comunicação com o público e deles não mais se afastaram. Cada disco da dupla vende mais de 100 mil cópias, o empresário Athayde já não tem datas livres para os dois cantarem e a prosperidade econômica dos dois rapazes de família pobre que chegaram ao Rio, há 10 anos, com uma mão na frente e outra atrás, é impressionante. Pode-se acusar Antonio Carlos & Jocafi de repetir os mesmos chavões, de abusar dos refrões, de não tentarem novos caminhos. Mas o fato é que eles mantém um público seguríssimo, que os estimula a continuar nesta linha. Assim, é preciso aceitá-los - e entendê-los como são, sem exigir "evoluções" e "propostas", que absolutamente eles, apesar de baianos, não estão interessados. Se Caetano e Gil, a cada novo ano, inovam, discutem e chegam mesmo a desprezar o trabalho anterior, Antonio Carlos & Jocafi são bem mais mineiros: não trocam o certo pelo duvidoso, não dispensam arranjos suaves e competentes (como os que Luizinho Eça e Ivan Paulo fizeram para o seu último lp) e suas músicas são facilmente entendíveis. Menos sofisticadas, em conteúdo e apresentação do que os 2 últimos lps "Ossos do Ofício"" (RCA Victor, 103.0155) vai vender bastante, merecerá restrição dos mais exigentes, mas isso pouco importa a dupla. O produtor continua sendo Rildo Hora, que convocou bons instrumentistas para acompanhar as diversas faixas, inclusive os excelentes violonistas Manoel da Conceição, Luiz Claudio e Hélio Delmiro. Uma música, ao menos, se destaca "Contra-Veneno" (da dupla, mais Zé do Maranhão), embora qualquer uma das 12 faixas tenha condições de ser facilmente cantável - e por isso mesmo segurar o lp nas paradas: "Que Me Importa", "Ossos do Ofício", "Indagorinha", "Pra Uma Mulher", "Trinta Por Cento", "É de Nicoco", "Perspectiva", "Contra-Veneno", "Dou a Mão a Palmatória", "A Baiada" (tema folclórico), "Armadilha" e "Cada Um Sabe Onde Dói".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
27
30/11/1975

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