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Aramis

Erich, jovem técnico no frio da Finlândia

A temperatura era de 15 graus positivos em Helsinque, neste 1o. de maio. O povo saiu às ruas, cantando e dançando, para comemorar o "calor" da chegada do clima primaveril - "alguma coisa como nosso Carnaval, com comes e bebes nas ruas, e ninguém indo para casa dormir". A descrição é do engenheiro florestal Erich Gomes Schaitza, 26, que está na Finlândia a convite do Instituto de Pesquisa Florestal da Universidade de Helsinque desde o dia 3 de abril. -É mesmo de fazer festa - conta ele - até a semana passada a temperatura era de 10 graus negativos. xxx Apesar do frio polar, Erich, paranaense de Curitiba, filho do jornalista Renato Eugênio e da tradutora Dione Gomes Schaitza - já visitou as cidades de Tempere e Forsaa, onde estão instaladas grandes indústrias de papel e os maiores reflorestamentos. A Finlândia detém a maior tecnologia da madeira da Europa. E participou da decoração finlandesa da IUFRO, entidade internacional que debate reflorestamento a nível mundial. Está instalado numa casa em Vantas, a dez minutos de Helsinque por trem. Sua remuneração é móvel, dependendo das diárias quando em viagem. A básica é de 5.000 marcos finlandeses (US$ 1250), mais alojamentos e transporte. -Tudo aqui é incrivelmente caro, para os nossos padrões: mas as pessoas desfrutam em abundância - escreve para seus pais. xxx Erich recebeu no ano passado o prêmio de Melhor Currículo do Setor de Ciências Agrárias da UFPR, conferido pela Secretaria da Indústria e Comércio. Já estagiou a convite, ainda estudante, em Freiburg (Alemanha), Leiden e Utrecht (Holanda) e cursou línguas em Cambridge, na Lenox School. Atualmente faz mestrado na Escola de Florestas da UFPR, para onde volta a partir de 5 de junho. Apesar deste currículo notável, a Secretaria da Agricultura do Paraná não soube até agora como aproveitá-lo. Ofereceram-lhe um cargo que lhe rendia menos de Cz$ 20 mil - o que, naturalmente, o estimulou aceitar a proposta de estagiar na Finlândia. xxx Na viagem de ida, Erich e sua jovem e bela esposa, Raquel (filha do casal professor Egas Dirceu-Isabel Muniz de Aragão), hospedaram-se com curitibanos: Renatinho Martins, em Madrid, e Lucas Rischbietter, em Paris. São os nossos moços no Exterior, muitos deles, cuja educação custou muito ao país, estão indo e não voltam. O Brasil é hoje um celeiro de cérebros bons, mas descontentes. Desiludidos. Erich é um dos que desejam voltar. Sua esposa, Raquel, é professora na Cultura Inglesa. E o casal tem ao menos um estímulo para voltar. Em agosto terão seu primeiro filho, um menino. LEGENDA FOTO: Erich Schaitza: enfrentando o frio na Finlândia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/05/1988

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