A fortuna do INPS
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de novembro de 1974
Além de um dos maiores orçamentos do País - previsto para 1975 em Cr$ 43 bilhões (trilhões antigos), o Instituto Nacional da Previdência Social terá música reforço financeiro de mais Cr$ 13 bilhões. Ao proceder o levantamento do patrimônio do Instituto em todo o País, Reinhold Stephanes - que assumiu a presidência do órgão aos 7 anos de cargos executivos no Ministério da Agricultura, em Brasília - surpreendeu-se ao verificar que o INPS possui, também uma fortuna imensa em imóveis espalhados por todos os Estados, incluindo áreas de terreno, prédios, residências, teatros, cinemas etc. Herança dos longos anos de Institutos autônomos previdenciários e mais fruto de cobranças de contribuições em atrasos, em que empresas ou particulares cederam seus bens em pagamento de dívidas à Previdência Social, os imóveis do INPS permanecem ociosos, muitas vezes entravando o progresso e desenvolvimento das cidades. Assim, dentro dos procedimentos legais, o Instituto vai transferir o patrimônio à Caixa Econômica Federal, para que aquela instituição encontre a fórmula mais rentável para venda dos imóveis, aplicando o saldo obtido nos objetivos sociais a que a autarquia se propõe - mas permanecendo evidentemente, o dinheiro em favor do INPS, que passará assim a ter uma nova fonte segura para seu trabalho. Raciocina, com clareza, Reinhold que não sendo um órgão de fins lucrativos, é inconcebível que o INPS reuna um patrimônio de imóveis ociosos, de forma capitalista, quando se pode aplicar esta renda em favor da ampliação e melhoria de seus serviços. Só em Curitiba, o INPS possui milhares de metros quadrados de terrenos urbanos, altamente valorizados, principalmente nos bairros do Capanema e Boa Vista.
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