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Aramis

Frank Zappa, muito prazer! (com atraso de alguns anos).

São curiosos os caminhos da musica pop. Apesar de toda necessidade que a sociedade de consumo musical incute na garotada de estar "Up to date" com os lançamentos mais recentes feitos em Nova Iorque, São Francisco, Londres ou Paris, aconteceu casos que demonstram que tudo é uma questão comercial - e apesar de "Disco é Cultura" estar escrito em todas as gravadas lançadas no Brasil, a realidade é bem diferente. Assim, se a musica passou a eclodir a partir dos anos 60, em especial com o aparecimento internacional Pop dos Beatles, entre 1963/64, só agora, muito recente, é que os "curtidores" do som elétrico, pop, contemporâneo, estão conhecendo os trabalhos de gente importante, que há 8, 9, ou 10 anos já vem aparecendo na Europa. O que quer dizer: o que hoje o garotão cabeludo pensa ser a mais absoluta novidade é, na verdade, uma gravação "careta" para o seu colega europeu... É claro que estamos nos referindo a parcela (maior) de consumidores que não tem condições de adquirir as gravações importadas, que a Cr$ 120,00 a copia (quando o lp é simples), é mais restritivo que as edições nacionais (entre Cr$ 35,00 a Cr$ 50,00). Por exemplo, Leon Russell, 33 anos, 16 de carreira, escolhido durante anos como o cantor compositor do ano, só muito recentemente (1971) passou a ter seus discos editados no Brasil - e isto graças a promoção que o inglês Joe Cocker, lhe deu ao fazer a excursão pelos EUA que se transformou em ábum-duplo e filme. O Pink Floyd, talvez o mais importante de todos os grupos instrumentais-vocais da musica pop/contemporânea, precursores do chamado (e hoje moda) rock sinfônico, passaram quatro anos inéditos no Brasil, pois formados em 1967, só em 71 começaram a terem seus extraordinários lps lançados entre nós (e felizmente o sucesso de "Atom Heart Mother", o sexto disco do grupo, mas o primeiro editado no Brasil, foi tão grande que animou a Odeon a colocar ao alcance do público brasileiro, em apenas dois anos, praticamente toda a discografia do criativo conjunto inglês). A música pop-contemporanea que jovens instrumentistas de grande valor vem fazendo há 5 ou 6 anos na Holanda (Focus), Alemanha e até mesmo na Itália, só agora começa a ser editada entre nós - até então restritos ao que se fazia, e ainda assim, incompletamente, no eixo anglo-americano. Por exemplo, a Top Tape, gravadora que graças a visão de José Rozemblit Sobrinho está sempre de ouvidos/olhos abertos ao que acontece no mundo, esta colocando nestes últimos meses, o que há de melhor do rock-alemão nas lojas brasileiras. Mas entre os próprios músicos pop norte-americanos há um que apesar de citado com destaque nas "bíblias" da geração elétrica (Billboard, Cash Box, etc.) Só muito discretamente, e recentemente, passou a ser editado no Brasil: Frank Zappa, 35 anos, nascido em Los Angeles, que após uma infância difícil tornou-se guitarrista e líder do grupo Mothers of Invention, formado em 1970 e que se destacou pela sua música insólita, satirizam fundido vários gêneros e influencias. Não dispomos no momento de dados específicos à mão (coisa que os especialistas como Nilson Pohl ou Orlando Azevedo devem possuir), mas acreditamos que da longa fonografia do Mothers of Invention (a partir de "Freak out", Verve até "Just Another band from L. A .", Reprise Records), muito pouco foi editado no Brasil. Isso faz com que adquira importância ao menos documental a edição deste "Apostrophe()" (Reprise Records/Continental, 3-04-404-037, março/75) com Frank Zappa mostrando seu mais recente trabalho, acompanhado por quase 50 instrumentistas, numa produção caprichada, As nove faixas deste lp, todas de Zappa, mostram toda a criatividade e imaginação deste musico de grande valor, que apesar de toda a comercialização deste musico de grande valor, que apesar de toda a comercialização em torno da musica pop, não foi até hoje devidamente lançado no Brasil. O que talvez comece a acontecer agora, a partir deste bom disco editado pela Continental. LEGENDA FOTO 1 - Pink Floyd.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
30/03/1975

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