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Aramis

Geléia Geral

Transformado em superstar e hoje um milionário do samba, Agepê foi (ao lado da paraense Fafá de Belém) o único a permanecer no elenco da Sigla/Som Livre, agora transformada apenas numa editora de trilhas sonoras de produções da Globo e discos-montagens. E o novo disco de Agepê saiu há pouco, a tempo de ganhar os impulsos carnavalescos - embora seus sambas nada tenham nesta linha. Entretanto, com a força do vídeo e seu esquema de fácil consumo, Agepê deve vender bem. Entre as faixas, "De Todas As Formas", "Errado Fui Eu", "Lindo É Você Ser A Minha Mulher" e "O Samba É A Minha Cachaça". xxx A 3M também não iria desperdiçar a vertente do pagode e portanto criou o grupo Pé no Chão, que com o lp "Sucesso É Pagode", produção de Liebert Pinto e Nivaldo Duarte, arranjos de Ivan Paulo, reúne em forma de poutporrit mais de 20 músicas de sucesso, muitas delas já conhecidas - desde a semipornográfica "Julieta" do curitibano Roedil Caetano até "Amélia" de Ataúlfo Alves/Mário Lago. Como se vê, o Pagode está cada vez mais no caminho da diluição e o consumismo fácil, deixando de ficar na produção inédita para reciclar material já consumido anteriormente. xxx Uma surpresa agradável: Rigaud. Crioulo simpático, bom cantor e compositor inspirado. Em dez faixas deste seu LP de estréia ("De Corpo Inteiro", Continental) mostra músicas de força e comunicação com bons arranjos de Carlinhos Marques e Luís Caldas. Romântico, inteligente e irônico - como em "Ela Gosta De Alfonsin", sem esquecer toques de erotismo ("Alucinante Lucidez De Uma Paixão", "Incesto"), Rigaud (quem será? A Continental mais uma vez, não se preocupou em enviar informações deste novo artista contratado), tem condições de aparecer. A amostragem no elepê é das mais positivas. xxx Já João Viola é um velho conhecido. Cantor brega, compositor eventualmente, tem público definido para suas músicas de fácil consumo. Em novo lp (Continental/Chantecler), João Viola ataca até com um divertido "Rock Da Coceira", em parceria com Carlos Bona, ao lado de uma adaptação brega de "Moreninha Linda". Houve formações diferentes dos músicos que o acompanham, mostrando, assim, que a produção está preocupada em melhorar sua imagem sonora. xxx Flávio Fonseca, de Brasília (caixa postal 3532), que produziu um interessante compacto no qual interpreta canções em Esperanto, conta as boas novas: "Felizmente as vendas deste disquinho superaram todas as expectativas. Chegou-se a triplicar o plano inicial de prensagem, pois em poucos meses a Associação Brasiliense de Esperanto já tinha recebido pedidos de reservas que superaram em 150% o primeiro projeto". Assim, nada mais natural que Flávio Fonseca parta agora para um novo projeto - só que desta vez em português. "Será um LP que conterá também algumas faixas de música instrumental", acrescentou. xxx Uma internacional, para a qual o colecionador e milionário Caetano Nunes Rodrigues nos chama a atenção: em dezembro, a "Digital Áudio" publicou a lista dos dez melhores lançamentos em compacto disco, na área do pop/rock feitos em 1986. Os cinco primeiros classificados foram "Brothers In Arms" (Dire Straits), "The Broadway Album" (Barbara Streissand), "Welcome To The Pleasure Dome" (Frankie Goes to Hollywood), "Born In The USA" (Bruce Springsteen) e "A Decade of Steely Dan". Dois discos do Pink Floyd ("The Final Cut", 14º; e "The Wall", 17º), também entraram nesta listagem. xxx A listagem dos discos de jazz, em compact disc (laser), na relação da "Digital Áudio", mostra como estamos atrasados, pois muitos dos 20 ali relacionados nem sequer saíram em versões convencionais no Brasil, como "Flim & The BB's: Tunnel" (primeiro classificado), "Harlequin" com Dave Grusin e Lee Ritenour; "Flim & The BB's: Big Notes"; "New Faces" (Dizzy Gillespie), "Passage" (William Ackerman); Patrick O'Hear ("Ancient Dreams"); Manhein Steamroler ("Fresh Aire III") e Lee Ritenour ("On The Line"). O pianista George Winston, da "new music age" é destacado em dois álbuns: "Autum" e "December". xxx A crítica nem sempre foi muito favorável ao grupo Boston, criado amadoristicamente, às pressas, no princípio de 1976 e que conseguiu um disco de platina no final do mesmo ano. Quando partiram para uma turnê, porém, seu amadorismo ficou por demais exposto. Seu segundo LP não deu continuidade ao sucesso do primeiro e o grupo se desfez em 1979. Entretanto, o conjunto voltaria a se agrupar, mas com o líder e guitarrista Tom Scholz convocando dois outros instrumentistas - vocalistas - Jim Masdea e Gary Phil - ao lado do vocalista Brad Delp (originalmente, faziam parte do grupo, Barry Goudreau na guitarra, Fran Sheehan no baixo e Sib Hashian na bateria). E mostrando que melhorou o Boston aparece agora num álbum de capa dupla ("Third Stage", WEA) com êxitos desta primeira metade dos anos 80, como "Amanda" (1980/81), "We're Realy" (1981), "My Destination" (1982), "To Be A Man" (1984/85), "Still In Love" (1983), entre outros.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
01/03/1987

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