Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1973
Para Fernando Velloso, diretor do Museu de Arte Contemporânea do Paraná e vice-presidente da Associação dos Museus de Arte do Brasil, conhecido (e temido) por sua irreverência e críticas ferinas, Fernando Bini é << um representante característicos de importante momento da arte paranaense, uma nova insubordinação que de certa forma lembra a posição igualmente irreverente e crítica com que, duas décadas atrás, os jovens artistas de então, marcaram a entrada do Paraná na era da arte moderna, aliás com mais de meio século de atraso >>. Assim hoje, na era da comunicação, a província acompanha de perto a pesquisa artística dos grandes centros, permitindo a Fernando Bini e aos seus contemporâneos, a contestação do << já feito >> , com um sentido não só local, porém amplo e universal como a própria arte. Uma demonstração viva e concreta desta arte-hoje-agora de Bini está em sua primeira individual, inaugurada há uma semana no MAC (Rua 24 de Maio, 248). Curitibano, 25 anos, formado em pintura pela Escola de Belas Artes em 1969, licenciado em desenho pela Universidade Católica em 1970, Bini - um moço magro, cabelos longos, muito atencioso, mesmo em seus momentos de crise - não tem parado de estudar: com o mestre Viaro aprendeu muito de desenho e pintura; em 1967 fez cursos de fotografia e introdução a teoria da comunicação; com José Assumpção de Souza, no ano seguinte, aprendeu gravuras e posteriormente freqüentou aulas de conservação do Patrimônio Histórico e Artístico e Cenografia. De tudo isto resultou base para criar uma obra pessoal, polêmica - buscando na simbologia e nos signos contemporâneos e iconograficos, na história em quadrinhos e no impacto visual dos afiches publicitários - o ponto de partida para sua pesquisa que tem um acentuado veículo com o movimento pop, muito embora cada vez mais comprometido com a nova figuração.
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