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Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de janeiro de 1974
Alto, barbas grisalhas, objetivo e claro em suas afirmações, Sérgio Nepomuceno Alvim Corrêa fez na manhã de sexta-feira, no Colégio Tuiuti, uma das mais interessantes palestras das muitas promovidas durante o VII Festival de Música. E, naturalmente, falou sobre o seu ilustre avô, Alberto Nepomuceno (1864/1920), considerado um dos criadores da música clássica brasileira, com uma obra marcante e importante. Um dos quatro únicos netos de compositor - e o único que se dedicou a música. Sérgio é um homem bastante ocupado exercendo múltiplas funções. A mais importante delas é a direção executiva da Orquestra Sinfônica Brasileira, dividindo assim com o maestro Isac Karabitchevski a responsabilidade do comando da mais importante orquestra do País - agora mais do que nunca requisitada pelo Governo Federal para excursões em todos os Estados, dentro do Plano Federal de Cultura e que em agosto próximo irá também à Europa, levando em seu repertório uma das melhores peças de Alberto Nepomuceno. "O Garataju", recentemente gravada por Leonard Bernstein, nos EUA. Aos 41 anos três desquites, 3 filhos um interesse por todos os campos da arte e cultura, em especial cinema e artes plásticas já que seu pai, o pintor Eduardo Alvim Corrêa, foi durante 20 anos funcionário da Warner Brothers; tendo inclusive dirigido alguns filmes em Paris, com o pseudônimo de Jan Milvé. Sérgio Nepomuceno á uma pessoa de fácil comunicação e com a qual se fala horas, sem sentir-se o tempo passar. Por isso foi lamentável que seus múltiplos compromissos impedissem que aqui ficasse até o final do Festival. Talvez no Carnaval.
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