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Aramis

Gralha Azul planta boa música mas não divulga

Lamentável que o Grupo Gralha Azul, de Paranavaí, não esteja sabendo divulgar melhor o bonito trabalho musical que desenvolve há quase dez anos. Lançando seu terceiro lp, este grupo de gente moça e bem intencionada, não vê seu trabalho encontrar qualquer repercussão maior simplesmente pela falta de comunicação. xxx Segundo reportagem de Edinelson Alves, de Paranavaí, o Grupo Gralha Azul foi fundado pelo compositor e violeiro Paulo César de Oliveira, que ao passar algum tempo no Rio de Janeiro, saudoso do Norte, começou a se voltar para temas paranaenses. A partir de 1977, organizando o conjunto, começou a participar de vários festivais no Interior do Estado, chegando inclusive, em 1981, a participar do Som Brasil. Numa comprovação daquilo que escrevemos na coluna de quinta-feira, o Gralha Azul é mais uma vítima da falta de uma melhor estrutura para a promoção de seu trabalho. Mesmo fazendo discos independentes de qualidade - o segundo teve inclusive arranjos do maestro Gaya - o Gralha Azul não encontrou, ao menos no Sul do Paraná, a divulgação merecida. Mas Paulo César de Oliveira não desistiu e agora, trocando o Sir, estúdio de Curitiba, por uma firma de gravação de São Paulo com melhor estrutura, o conjunto procura dar maior divulgação ao seu trabalho. As músicas do disco falam de coisas do Paraná, como "Pedro e Joana", onde Paulo César lembra os relatos dos ilhéus do Rio Paraná, nas pescarias do Porto São José, Pedro, o personagem, pirangueiro, é um dos tantos ilhéus que morreu afogado na correnteza do Rio. Diz a letra: "Lá no Porto/Em tempo de temporal/Todos se lembram de Pedro/Que do Rio não teve medo". Já Dorival Torrente, em "O Amanhã que Surge" aborda o Ano Internacional da Paz. E até o cometa Halley é invocado em nome da paz: - Halley, como é que se faz/para todo mundo/encontrar a paz? xxx Está na hora do Grupo Gralha Azul vencer a timidez e vir para Curitiba, mostrar melhor o seu trabalho. O problema é que seus integrantes dedicam-se a outras atividades que lhe garantem o pão nosso de cada dia e não dispõem de muito tempo livre. Paulo César de Oliveira (vocal e violão), Valézio Willemann (vocal e violão) e Júlio Granado (acordeon) são funcionários do Banco do Brasil; Genivaldo Nascimento (bateria) e Evaldo Burkot (craviola, guitarra e vocais) trabalham no INPS; Dorival Torrente (vocal/percussão) é funcionário do SESC e Mauro de Vitro (contrabaixo) é contador.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
31/01/1986

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