A grande enciclopédia brasileira
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de novembro de 1975
O escritor Francisco de Assis Barbosa, editor da Enciclopédia Mirador, contava, quinta-feira, no coquetel de apresentação da notável obra, que só agora, após cinco anos de full-time para realizar este projeto em que foram investidos US$ 12 milhões e empregados 1.300 colaboradores e 150 redatores fixos, poderá voltar a escrever os seus livros. Com 18 obras publicadas e 32 prefácios "para livros de amigos", Assis Barbosa tem planejados três novos trabalhos: um deles sobre D. João VI e a transferência da metrópole portuguesa para o Brasil, outro sobre a poesia de Manuel Bandeira e Augusto dos Anjos e um terceiro em torno de aspectos históricos do II Reinado. Homem sempre disposto a aceitar grandes desafios, o Imortal da Academia Brasileira de Letras, assume dia 1º de dezembro a direção do Arquivo Público de São Paulo, hoje em precaríssimas condições. Assis Barbosa aceitou o cargo com a condição de que o governador Paulo Egydio lhe desse condições de trabalho, e assim, em breve o centro da memória paulistana terá quatro grandes novos edifícios onde, além de preservar toda a documentação existente, será iniciada uma pesquisa de documentação perdida País afora - ligada, direta ou indiretamente, a história de São Paulo e do Brasil.
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Waldemiro Putch, presidente da Encyclopédia Britannica do Brasil no mercado editorial há apenas 10 anos, modestamente transferia os méritos da grande coleção agora lançada, para sua falecida esposa Dorita (1910-1973), norte-americana de nascimento, mas brasileira por adoção e que foi quem trouxe a Enciclopédia Britânica para a América Latina, a partir de 1957 com a edição em espanhol e depois de1964 em diante, com a Barsa em português. Dorita Putch foi a grande idealizadora do projeto de fazer uma enciclopédia totalmente no Brasil - feito do que, aliás poucos países podem se orgulhar.
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Lanny Passar, presidente da Enciclopédia Britannica Publishers, em Chicago, vindo especialmente para o lançamento da Mirador, falando um espanhol fluente, previa em 10 anos o prazo para recuperação do investimento.
Já Geraldo Vilaça, vice-presidente administrativo e diretor da Câmara Brasileira do Livro, acrescentava que o fazer a aplicação de US$ 12 milhões num projeto editorial, o grupo mostrou acreditar nas potencialidades do Brasil, pois "em qualquer outro setor de atividades a rentabilidade seria maior".
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Com uma tiragem de 25 mil exemplares, a Enciclopédia Mirador (24 volumes, preços que oscila de Cr$ 7 a Cr$ 15 mil, de acordo com o plano de venda), deverá ter esta primeira edição colocada no mercado em menos de um ano, segundo os cálculos de Boris Kohanevic, distribuidor continental para o Brasil, 9 mil coleções já foram vendidas, das quais 500 em Curitiba, em poucos dias.
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Mario Rangel distribuidor territorial e anfitrião, não escondia o seu mais generoso sorriso: além do significado cultural (e comercial) da Enciclopédia Mirador, à tarde, havia assinado contrato de compra de 2 andares do edifício Atalaia, para sediar o escritório regional da empresa. Compra no valor de Cr$ 2.500.000,00 à vista.
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