Grupo Tacuabé
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de dezembro de 1977
Três dos cinco tripulantes do veleiro Panergon III estarão se apresentando de quinta a domingo no Teatro Universitário e dia 14 no Guaíra. Eles formam o conjunto "Tacuabé", que interpreta música latino-americano, algumas do próprio grupo e também de compositores argentinos, uruguaios, chilenos e venezuelanos. Dos brasileiros, apresentarão músicas de Milton Nascimento, Sérgio Ricardo e Chico Buarque.
A viagem musical do Parergon III começou no porto senegalês de Dakar, e os tripulantes (um francês, um senegalês, um italiano e dois uruguaios) decidiram ganhar a vida interpretando música, dando conferências em centros culturais e alugando serviços do veleiro. O grupo "Tacuabé" é uma junção da música latino americana que tenta trabalhar com base na raízes dos povos sul-americanos. Para isso, os músicos utilizam-se de instrumentos típicos como a quena, charango, bombo leguero, moceno baixo, moceno sampoña, violão - cuatro venezuelano, baixo, tan tant africano, entre outros.
O nome do grupo é uma homenagem a um índio sul-americano, que no Século XVI foi levado a Paris para ser exposto em um museu, e ser olhado como um espécime sul-americano. O fato que chamou a atenção do grupo foi a morte de Tacubé no transcurso da exposição, dentro da jaula onde era apresentado aos visitantes. Os sensíveis historiadores declaram que o índio havia morrido de "profunda tristeza".
Os integrantes do grupo musical Tacuabé são todos de formação clássica e aderiram ao folclore depois de detalhadas análises sobre sua significação. Pippo é um italiano de 27 anos, formado pela Universidade musical de Montevidéu, e sua especialidade é a guitarra clássica. Como instrumentista, toca charango, violão, quena, cuatro, flauta e é vocalista. Pato, uruguaio, é considerado atualmente como um dos melhores instrumentistas da Argentina e Uruguai, formado pela mesma universidade de Montevideu. Interpreta charango, violão, flauta e é também vocalista. O terceiro músico, Eduardo Marques já trabalhou em 5 discos e gravou uma sinfonia com o maestro Frederico, Garcia Virgil. Como os demais, é formado em Montevideu, e especializou-se em arranjos musicais e contrabaixo.
FOTO LEGENDA- Um veleiro musical
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