A guerra para fazer filme do Contestado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de setembro de 1985
Rui Vezzaro e Fernando Severo, cineastas paranaenses (vários curtas em super 8 e 16mm, algumas premiações importantes), estão com o roteiro de "A Guerra do Contestado" concluido há [alguns] meses.
O primeiro orçamento para essa produção, em 35mm, com elenco nacional e muitas sequências com centenas de figurantes, está ao redor de Cr$ 1.200.000.000. Para viabilizar a produção, estuda-se a associação com os governos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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Talento não falta à dupla, pois atua há alguns anos como professores e realizadores de filmes didáticos no Centro de Formação Tecnológica no Paraná. Fizeram filmes como "A luminosa espera do Apocalipse", "Vitrines" e "Noturno", que mereceram aplausos de platéias especiais. Bem informados, têm uma posição definida e clara em torno do cinema paranaense, "que deve se reciclar, abandonando o culto a personalistas que se julgam donos do setor entre nós".
A pré-produção de "A Guerra do Contestado " tem sido tratada com carinho, através de um roteiro detalhadíssimo, desenhos de cena, pesquisas de área. Trabalho especialmente emotivo para Rui Vezzaro, paranaense de União da Vitória, um dos munucípios onde ocorreu a chamada Guerra do Contestado.
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Vezzaro tem pronto, também, outro roteiro: "Quingingoo" , no qual focaliza um episódio da escravatura no Paraná até hoje pouquíssimo conhecido. Premiado em concurso promovido pela Embrafilmes e pela Fundação Cultural de Curitiba, esse roteiro devia ter merecido financiamento para ser filmado. O que, infelizmente, até hoje não aconteceu.
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