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Aramis

A harpa eletrônica n " Caverna Mágica "

Em alguns momentos, lembrança é do histórico "Água" ( Copacabana, 1975 ), que Edgar Froese gravou entre novembro de 1973 a março de 1974, num estúdio de Berlim, utilizando efeitos de computdores e, especialmente da própria água - elemento que um pernanbucano, Fernando Falcão, também utilizaria com genialidade na gravação feita no estúdio Acousti, em Paris, em 1979 e que numa produção independente de Pedro D'Alessio , Amado Maita e Ivan Negro Isola, foi editado no Brasil. Estas duas referências nos vêm á memória ao ouvirmos a este criativo e otiginal " Caverna Mágica "( Unter The Tree-In The Cave..., CBS 144842, março / 1985 ) com Adreas Vollenweider. Nome ( ainda ) desconhecido no Brasil, Adreas já é respeitado na Europa e Estados Unidos como o " elefant sauvage " da música conteporânea. Uma espécie de mago da percepecão extra-sonoro que faz de sua harpa eletrônica o instrumento catalizador dos sons que ultrapassam o consciente. O seu penúltimo LP,... Behind The Gardens, ... Behind the Waill... Behind Trees", lançado em 1984 ( mas inédito no Brasil ) é Disco de platina no exterior, tendo alcançado um milhão de cópias vendidas. Agora, "Caverna Mágica"dá continuidade ( e no Brasil introduz ) ao trabalho deste virtuose da criação. Como diz a própria gravadora em detalhado release, imposível classificar Andreas em qualquer gênero ( "seria o mesmo que reduzi-lo em potencial "). Com sua harpa eletrônica, ele é capaz de criar um som único, mágico e mediativo, aliado a uma pulsação ritmica constante. Tomando por base o jazz, alinhavado pelo caracteriza-se, principalmente por permitir uma obra aberta ao ouvinte. " Caverna Mágica " nos transporta a lugares onde reinam florestas, grutas mesteriosas, os mares que circundam Bali e coexistem nos Balcões. O álbum gravado na Suiça ( onde Andreas nasceu ) foi todo composto, arranjado e produzido por ele. Contribuiram para ela " Viagem sonora ", o percussionista Pedro Haldemann, o baterista Walter Keiser. Além das participações especiais de Corina Curschelas ( vocal ), Jon Otis (bata ) e Eric Marz ( sons especiais ). O inicio do lado A, abre com sons diversos - que vão da "Imagem" de uma caminhada por uma caverna a gotas d'águas caindo de estalactites, justamente dentro do espírito pretendido pelo autor Andreas. Assim, os elementos básicos de sua obra são misturados ao clásssico e ao folk europeu. Além disso, influências vocais do folclore do Terceiro Mundo junto a efeitos percussivos, sons bucólicos para suítes cíclicas e fluídas, formam a massa sonora deste belissimo álbum. " Nada acontece conscientemente " explica Andreas, descrevendo o modo com que suas influências ecléticas entraram gradualmente em seu trabalho: " Em primeiro lugar aprendi a tocar os instrumentos, depois me vieram as idéias. Hoje eu atuo como um pintor : escolho certas atmosferas e as toco visualmente ". Filho de uma pintora e de uma bem sucedido organista, Andreas ( Zurich, 1953 ) aprendeu a estrutura lógica musical através da improvisação livre, sendo então capaz de desenvolver ao mesmo tempo, sua criatividade e habilidade técnica. Anteriormente à harpa, familiarizou-se com toda espécie de cordas, sopros, e teclados, e durante muito anos, fez música para filmes, produções de teatro, Tv e Rádio. Em 1980, finalmente, Andreas passou a se concentrar em sua própria música como compositor e performer, estreando no álbum " A Kind of Suife ". A partir daí, a harpa adptada eletrônicamente, passou a determinar o principal caráter de seu trabalho, fugindo ao estilo tradicional do instrumento, o que resultou nu novo corpo de resonância, acoplado a um quase senso de harmonia orquestral. " Caverna Mágica " transforma as cores músicais traduzidas por elementos latinos e flamencos ( "Belladonna" ); um belo "tango" comteporâneo ( " Angoh ! " ), uma " sintonia hindo jazzística" ( " Huíziopochtli " ) ou mesmo a misteriosa e complexa "Caverna Mágica " em quatro movimentos ao longo de 14'55". Na música, o que importa a Andreas é criação de condições suficientes para que ouvinte liberte-se do asteriótipo intelectual, partindo para o mundo das fantasias e do desconhecido. Um disco criativo e original - com um som no qual Andreas traduz o ótico em acústico com total perfeição. LEGENDA DA FOTO - Andreas : harpa fantastica.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
14/04/1985

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