A homenagem à Cinédia nos filmes do passado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de maio de 1980
A cordialidade, simpatia e boa vontade de Alice Gonzaga Assaf, filha do pioneiro Adhemar Gonzaga, somadas aos esforços de Francisco Alves dos Santos e Cesar Ribeiro da Fonseca, coordenador da Sala Arnaldo Fontana do Museu Guido Viaro e diretor do Museu da Imagem e do Som, respectivamente, possibilitarão que a partir do dia 27, se possa conhecer (os mais jovens) ou rever (os que tem acima de 40 anos), 7 dos 53 filmes realizados até hoje na Cinédia.
Após o Ciclo de Documentário de Thomas Farkas, realizado graças à colaboração do empresário-cineasta paulista, haverá a Retrospectiva Cinédia, que abre terça-feira, com << Lábios Sem Beijo >>, 1930, de Ademar Gonzaga e prossegue com << Mulher >>, 32, de Otávio Gabus Mendes; << Ganga Bruta >>, 33, de Humberto Mauro; << Alô, Alô, Carnaval >>, 36, de Ademar Gonzaga e Wallace Downey: << Berlim na Batucada >>, 44, de Luiz de Barros e << O Ebrio >>, 46, de Gilda de Abreu.
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A Cinédia faz parte do cinema nacional e ao lado de seu passado histórico, graças à visão empresárial de Alice, continua em atividade: com uma área de quase 11 mil metros quadrados, 3 estúdios, ampla infra-estrutura, permite a rodagem de 4 a 6 filmes simultaneamente, além de co-produzir também longas-metragens. Em 1979. Alice Gonzaga - que virá a Curitiba para a retrospectiva - participou da realização de << Bububu no Bobobó >>, de Marcos Farias, sátira a época de ouro do teatro de revista e << O Grande Palhaço >>, de Willian Cobbett, destinado ao público infanto-juvenil. A organização de Alice Gonzaga Assaf é tanta que enviou a Francisco Alves dos Santos, excelente material informativo sobre os 50 anos da Cinédia, relacionando todos os filmes alí realizado, por ordem alfabética, pelos anos de filmagens - nos diferentes locais em que funcionou (São Cristovão, período Fenelon e as atuais instalações em Jacarepaguá, a partir de 1960), além dos longas-metragens por ordem de estréia. De 51 filmes relacionado, dois ficaram inacabados: << Preço de um Prazer >>, 31, de Adhemar Gonzaga e << Alegria >>, 37, de Oduvaldo Viana. Humberto Mauro. Gonzaga, Gabus Mendes, Antônio Tibiririça, Luiz de Barros, Líbero Luxardo, Mesquitinha, Chianca de Garcia. Milton Rodrigues, Moacyr Fenelon, Theopilo de Barros Filho, Gilda de Abreu, estão entre os pioneiros da Cinédia, justamente reverenciados nesta retrospectiva. Pena que por falta de condições, poucos puderam ser recuperados para projeção normal.
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Quando se une ao Museu da Imagem e do Som, da Secretaria da Cultura e Esporte - e a Cinédia para promover esta Retrospectiva Cinédia, a divulgação da Fundação Cultural de Curitiba comete, intencional ou não, uma injustiça: informa que os filmes serão projetados no << auditório Cinemateca >>, esquecendo-se, de que a modesta sala de projeção do Museu Guido Viaro tem um nome oficial: << Arnaldo Fontana >>, homenagem prestada. há 4 anos, ao crítico e pesquisador, vítima de brutal assassinato. Se uma instituições cultural denomina um espaço com um nome de um paranaense que deu sua contribuição à nossa cultura, filho de uma família das mais benquistas e tradicionais (o avô de Arnaldo, foi, inclusive, pioneiro das exibições no bairro do Portão, no início do século), não pode se admitir que, em material oficial, seja esquecido o nome do patrono do auditório. Aliás, raramente os releases da FCC mencionam o nome << Sala Arnaldo Fontana >>, chegando agora ao ponto de colocar << Auditório Cinemateca >>. Ou será que houve algum ato oficial << cassando >> o nome de Arnaldo Fontana da Sala?
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