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Aramis

IAV, a experiência para a mão-de-obra

QUANDO assumiu a Prefeitura, há 19 meses, o arquiteto Jaime Lerner levou como uma das novas idéias o desenvolvimento de um programa intitulado "Unidades de Vizinhança", com características especiais, destinada a aproximar as comunidades do Executivo, formar lideranças e realizar programas objetivos de trabalho. Problema políticos e incompreensão de alguns setores impediram que o projeto, em sua totalidade, fosse desenvolvido até agora, embora seja dos mais coerentes e felizes, entre os muitos que Lerner idealizou. Mas ao menos um dos subprogramas está sendo executado: as indústrias artesanais de vizinhança nas comunidades do Rio Belém (pré-moldados), Vila Camargo (artesanal lúdica: brinquedos), Meia-Lua (confecções), Portão (confecções, artesanato), Atuba (confecções), Nova Esperança roupa de cama e mesa, confecções), São Braz (roupa de cama e mesa, confecções), Gramados (metalurgia), e Vila Leone (confecções, artesanato). O programa vem sendo coordenado pelo Departamento de Desenvolvimento Social, que tem o jornalista Luís Carlos Zanoni na direção, e surgiu com a finalidade de amenizar o nível de desemprego e a baixa renda, implantando, nos bairros periféricos, um modelo de miniempresa comunitária, capaz de gerar trabalho e reintegrar a força ativa de trabalho um expressivo contingente de mão-de-obra ociosa. O sucesso das primeiras novas indústrias artesanais implantadas deve-se à disposição de uma pequena mas decidida equipe arregimentada por Zanoni, com a coordenação do sociólogo Francisco Graça Moura - vindo de experiências em vários Estados, assessorado por Yossef Siroski, na gerência geral, Durval dos Santos na gerência de marketing e Olinda de Almeida Telles na gerência de mobilização de recursos, aos quais, obviamente, se somaram outros profissionais. Mas o que difere o programa de tantos outros criados pelo poder público é a preocupação de fazer com que os integrantes de cada unidade instalada se conscientizem de suas potencialidades e, aos [poucos], assumam os encargos, preparando-se para operar autonomamente - liberando o DDS para criar novos núcleos, num trabalho sucessivo. Neste caso, funciona muito a Associação das Indústrias Artesanais de Vizinhança, presidida pela Sra. Leandrine Cortes Ilia dos Santos, da Vila N.S. esperança - espirito de liderança e capacidade administrativa, que a exemplo de vários outros diretores das indústrias artesanais, já se conscientizou dos objetivos do programa - capaz de promover o aproveitamento de uma mão de obra ociosa em miniempresários, reunidos de uma forma associativa que, a julgar pelos primeiros meses de produção, apresentam bons resultados. Tudo uma questão de confiar nas pessoas, dar oportunidade que os mesmos nunca tiveram antes - dentro do ensinamento chinês de ensinar a pescar, para que possam buscar a alimentação - e não, paternalisticamente, apenas lhes dar um peixe e matar a fome por um dia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
8
05/12/1980

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