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Aramis

As idéias de Rosalind, a sexóloga curitibana

Curitiba já tem a sua Marta Suplicy em termos de sexologia. Escreve artigos sobre educação sexual, há alguns meses chegou a participar de programas na TV Iguaçu e acaba de publicar um livro que tem merecido elogios e provocado algumas polêmicas: a psicóloga Rosalind B. Tockus. Gaúcha de Rosário do Sul, há 15 anos residindo em Curitiba, formada pela Faculdade Tuiuti, turma de 1981, reuniu 34 textos, com linguagem simples, mas abordando assuntos sérios, em "Sexualidade Nos Dias de Hoje - O Sexo Sem Preconceitos" (Editora Agora, 112 páginas, Cz$ 51,00), cujo lançamento, sem maior promoção, ocorreu há duas semanas, durante a II Jornada de Sexualidade Humana, organizada pela própria Rosalind Tockus na Associação Médica do Paraná. xxx Casada com um executivo - Bernardo Tockus, diretor da joalheria Big-Ben, mãe de três filhos - Terdy, 23 anos; Mirian, 22 e Eliana, 16 - Rosalind Bronsfmann Tockus, divide seu dia entre a assessoria de psicologia do Juizado de Menores e um dos raros consultórios especializados em problemas sexuais, instalado no Centro Médico Batel. Foi a fundadora do Serviço de Aconselhamento Sexual no ambulatório de Ginecologia da Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná e tem participado ativamente no Conselho de Defesa dos Direitos Infanto-Juvenis. Em sua voz macia, suave, expõe teses interessantes, preocupada com a falta de informação sobre problemas sexuais. Apesar da liberação dos costumes, resume numa frase a situação: - "A liberdade está mais na palavra do que nos atos!" Em seus artigos reunidos em "Sexualidade Nos Dias de Hoje...", Rosalind Tockus, de maneira clara e objetiva, traça uma trajetória coerente para entendermos melhor a sexualidade humana. Levanta, por exemplo, questões que vão desde a necessidade da informação sexual, passando pelo histórico da sexualidade através dos tempos e chegando ao temor dos jovens - a impotência face a própria "agressividade" feminina em questões de amor. Discute a sexualidade na gravidez e das pessoas idosas e aborda outros tópicos: fantasias sexuais, homossexualidade, doenças, medicamentos e sexo; as inibições do desejo sexual, as disfunções sexuais tanto femininas como masculinas. No final, como boa psicóloga, procura mostrar a importância da terapia sexual e da comunicação sexual, incentivando a repensar os modelos sexuais para a construção de uma vida afetivo-sexual mais rica, criativa e saudável. Explica Rosalind que procura sempre escrever de forma simples e acessível a todos, "para dar os esclarecimentos necessários sobre nossas reações sexuais, conscientes e inconscientes. Preparando dois novos livros, modesta, admite que "como muitos profissionais" teve uma influência da paulista Martha Suplicy na decisão de colocar em artigos - e agora em livros - suas idéias sobre assuntos que, por décadas, eram tabus. Aliás, na introdução do seu livro, recorda: - "Quando menina, achava estranho as pessoas esconderem-se pelos cantos para contar o que sentiam ou descobriam sobre a sua sexualidade. Quando reunidas em grupos, os comentários eram feitos através de risadinhas maliciosas. Apesar de eu sentir que este não era um assunto normal, observava que atraía muito o interesse das pessoas. Por que acontece isto? perguntava-me com meus botões. E saí atrás da resposta. Eu estava perto dos onze anos". Começou procurando livros na biblioteca do seu colégio na pequena cidade de Rosário do Sul. - "Levei para casa o primeiro livro que li sobre sexo, "Desvios Sexuais". Assim, começei a aprender sobre o que era anormal, antes de saber o que era normal, fato que deixou minha mãe preocupada, mas o que li não me traumatizou. E na minha ingenuidade de menina continuava a me perguntar: "Por que as pessoas gostam tanto de contar piadinhas sobre sexo?" Só muitos anos depois - casada, filhos crescidos - Rosalind pode estudar psicologia. Especializou-se em sexologia e agora, na idade da razão, com equilíbrio, discute o assunto e expõe suas idéias. Merece ser mais conhecida, pois sem papas na língua, quer desfazer mitos e ajudar a que o máximo de pessoas tornem-se após compreenderem e decidirem melhor sobre o comportamento sexual.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
08/06/1986
Rosalind, na verdade abri essa pg porque li a respeito do falecimento do Bernardo. Só ficamos sabendo hj através da Marilda. Sentimos muito!! Mudando de assunto, fiquei surpresa com essa pg e adorei a sugestão do livro. Muito sucesso, vc merece!!!!!! Agora já tem meu e-mail. Se comunique. Nossos sentimentos a todos.
Meu nome é Marina, tenho 21 anos e namoro há dois anos e meio um homem de 29 anos. Como ele é mais velho do que eu, já teve muitas experiências sexuais antes de me namorar, inclusive já fez sexo grupal. Ele nunca me propôs algo do tipo e se propusesse, eu não aceitaria, pois não sou liberal. Ele já me disse que eu o satisfaço. Mas será que de vez em quando ele não sente falta de fazer as coisas que fazia no sexo na época de solteiro? Gostaria de entender como ocorre essa evolução no homem em relação a desejos e fantasias. Desde já, grata pela atenção Marina

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