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Aramis

Independentes resistem e agora chegam a era do CD

Ironicamente, enquanto algumas multinacionais como a WEA/Warner (aliás, hoje sem qualquer promoção no Paraná, com um catálogo basicamente do pior rock descartável) impõe o mais supérfluo pop internacional, nossos grandes talentos continuam gravando CDs (e mesmo videolaser) nos Estados Unidos, que permanecem inéditos. Sem falar em Airto Moreira, catarinense de Itaiópolis mas curitibano de adoção, com 20 de seus 50 anos vivendo nos EUA, que continua tendo suas (e da esposa Flora Purim) gravações feitas nos EUA inéditas entre nós, há muitos outros talentos que realizam ótimas produções que aqui raramente chegam. Arnaldo Solteiro, produtor do melhor elepê instrumental do ano ("Bonfá's Magic", Caju); crítico da "Tribuna da Imprensa" e colaborador de publicações internacionais, mais uma vez ao lado de seu levantamento do melhor do jazz editado nos EUA - e do videolaser (um avanço tecnológico, que começa a chegar ao Brasil), relacionou os 10 melhores álbuns de artistas brasileiros - mas que, com exceção de quatro discos (João Gilberto; Marina Lima; Rafael & Dino e "Violões") são produções que não chegaram - e, dificilmente chegarão ao Brasil. A produção independente nacional - que a partir do boom deslanchado pelo pianista-compositor Antônio Adolfo ("Feito em Casa"), há 15 anos, atingiu números impressionantes, hoje também ficou reduzida a iniciativas mínimas, só possíveis de serem concluídas quando o artista consegue um mecenas - personagem cada vez mais raro no horizonte cultural brasileiro. Além do custo das gravações independentes, a inexistência de uma rede de distribuição faz com que excelentes trabalhos permaneçam restritos aos limites geográficos do Estado (muitas vezes da cidade) em que residem seus produtores. Mesmo no Rio Grande do Sul - com uma produção vigorosa, que o faz aproximar-se dos 10 mil títulos entre 78 rpm a CDs editados nos últimos 30 anos - continua ainda a ter grande número de seus artistas desconhecidos fora do Sul, alguns não passando das produções independentes - conforme o jornalista Gilmar Etelvein, da "Zero Hora", indica em sua lista, lembrando, por exemplo, um compositor-intérprete gaúcho que tem carreira internacional, mas que, duvidamos, alguém entre nós o conheça: Leonardo Ribeiro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
5
05/01/1992

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