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Jane e Luiz vieram promover o "Gringo"

Em sua rápida viagem pelo Brasil (São Paulo / Rio, 14 a 17 de agosto) para promover o lançamento mundial de "Gringo Velho" (Cine Astor, a partir de hoje, 5 sessões), a atriz-produtora Jane Fonda fez questão de, em suas 50 entrevistas (nas quais falou para mais de 200 jornalistas, somando-se as exclusivas e as coletivas), ressaltar o trabalho de Luiz Puenzo, o diretor que escolheu para este sexto filme que sua empresa produz. Claro que Jane ganhou espaço da mídia internacional (e nem poderia ser diferente) mas todos que estiveram com Puenzo, 43 anos, vindo do cinema publicitário e que se tornou um nome internacional em 1986 com "A História Oficial" (Oscar de melhor filme estrangeiro e mais 35 prêmios internacionais) gostaram de sua sinceridade. Sem vaidades, admitindo francamente que o fato de ter sido escolhido por Jane para dirigir uma superprodução (US$ 25 milhões) foi uma casualidade e que "não gostaria de viver nos Estados Unidos, pois, para mim, pessoalmente, é mais interessante a idéia de ser um marginal no cinema mundial do que ser absorvido pela indústria", as declarações de Puenzo ajudam a entender melhor o significado deste filme que, ao lado de sua ação e toque de romance, reúne personagens fictícias e reais, como o jornalista Ambrose Bierce, que, aos 71 anos, abandonou os EUA para se engajar nas tropas de Pancho Villa na revolução mexicana. Formado dentro do cinema publicitário argentino, Puenzo já faria, em 1973, um primeiro longa-metragem ("Luzes de Mis Sapatos"), ao qual se seguiria, dois anos depois, "Los Sorpresas" (episódio de "Cinco Anos de Vida", ambos inéditos no Brasil). Embora tenha, em todas as entrevistas, recusado a falar sobre o seu próximo projeto, segundo a revista Studio (Paris, edição de julho/89), numa ampla cobertura dos futuros projetos que estão em andamento nas várias partes do mundo, Puenzo e sua habitual colaboradora e roteirista, Aida Bortnik, trabalhou no primeiro tratamento de uma adaptação de "A Peste" (La Peste), que o escritor francês Albert Camus (1913-1969) publicou em 1947, considerada sua obra prima e que há pelo menos três décadas desafia os cineastas a espera de uma versão nas telas a altura de sua força dramática. Se Luiz Puenzo não quis falar de "A Peste" (nem chegou a mencionar este projeto), durante 40 minutos, com exclusividade, nos falou sobre sua carreira e, especialmente, "Old Gringo" - que, tendo agora seu lançamento nacional, torna oportuno que se conheça algumas de suas declarações a respeito.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
31/08/1989

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