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Aramis

JARDINAGEM

- Diz a mamãe que um jardim constitui verdadeiro encanto para as nossas vistas, além de alegrar o ambiente, suavizando a atmosfera. O cultivo de um jardim representa trabalho leve, servindo para repouso espiritual e, como resultado, colheremos lindas flores. A sua beleza depende da disposição dos canteiros, da distribuição das flores em leiras bem preparadas, do gramado que enfeita o contorno dessas leiras, das ruas bem limpas e niveladas. Deve haver grande variedade de vegetais, o que imprime maior beleza ao recanto e os canteiros permanecem floridos durante o ano todo. A sementeira deve ser feita em terra fofa, leve e adubada. Usam-se viveiros para amores-perfeitos, violetas e várias outras plantas que preferem sombra e umidade. As roseiras devem ser estrumadas anualmente; elas gostam de luz. Devem permanecer longe de arbustos, recebendo sol em abundância. Em junho procede-se à poda. As dálias tão lindas e de vários coloridos, dão-se melhor nos lugares abrigados dos raios do astro-rei, do vento, mas requerem terra muito estrumada e bem regada. A família das liliaceas apresenta grande variedade de cores. Brota facilmente em qualquer espécie de terra. Reproduzem-se por meio de cebolinhas que nascem em torno das maiores. É fácil destacá-las e enterrá-las em terra solta e não estrumada. Os cravos, de grande variedade e tons, dão-se melhor em terras barrentas. Em regra geral as plantas dos jardins vicejam em terra escura e estrumada, bem regada e constantemente revolvida. No jardim deve-se confundir os vivos matizes dos cravos, rosas, dálias, açucenas, hortênsias, goivos, gerânios, angélicas, violetas, amores-perfeitos... com as diversas tonalidades dos verdes das folhagens. Pode-se contornar os tabuleiros com cascas de ostras, crostas de caramujo, conchas, crosta de caranguejo, vidro vazio, cacos de telhas, tampas de latas etc.. Possuir um recanto onde vivem e vicejam flores é recrear a vista e beneficiar o coração. Os nossos bons sentimentos têm grande afinidade com a natureza florida. Elas superam as ídéias que turvam a razão e abrem a alma às magníficas manifestações do Belo. - O antigo proprietário da nossa casa, disse que não havia feito jardim para não esperdiçar terreno... -Se o terreno for pequeno está certo, mas mesmo assim, ao redor da casa e ao correr dos muros laterais podiam muito bem plantar ao menos copo de leite, hortênsias e gerânio que se dão bem nesses locais. - Eu creio que esse Sr. Não gosta de que é bonito. - É Deve ser isso. Eu, quando tiver minha casa, farei uma gruta no jardim... - Ah! Eu prefiro um lago... - Ou um repuxo, não? - Melhor ainda. Um repuxo com peixinhos dourados. - Pois eu quero um caramanchão, todo coberto de glicínia, onde possa estudar e fazer as tarefas escolares, nos dias quentes em companhia das colegas. - Chi! Quanto jardim bonito terei para visitar... As meninas se assustaram ao ouvir esta frase. Fora D. Elisa, a nossa Professora, quem ali chegara, depois de ouvir o resto da conversa de nossas coleguinhas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Caderno Estadinho
No mundo do Cazuza
16/01/1977

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