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Aramis

Jazz com Tony e a banda de Watts

O jazz continua em alta: enquanto a terceira edição do Free Jazz (Rio / São Paulo) entra em fase final de preparação, as gravadoras ampliam suas edições, com a CBS na dianteira. Depois dos seis volumes de "The Best of..." e do pacote de mais dez magníficos álbuns na segunda fornada de "I Love Jazz" (por 6 meses, exclusivamente na cadeira Breno Rossi), agora mais seis preciosidades selecionadas por Maurício Quadrio: Wayne Shorter ("Phanton Navigator"), Stanley Clarke ("Hideaway"), Paquito D'ii D'Rivera ("Manhattan Burn"), Brandford Marsalis ("Romances for Saxophone"), The Charlie Watts Orchestra ("Live Fulham Town Hall"), e o álbum duplo "Tony Bennett Jazz". Cada álbum destes merece, é claro, registro específico, detalhado. Mas dois, em especial, se destacam: Watts e Bennett. O disco de Watts, gravado ao vivo na Fulham Town Hall, a 23 de março do ano passado, é uma surpresa total: quem imaginaria que o baterista dos Rolling Stones, por mais de vinte anos membro permanente do quinteto, faria um disco no melhor estilo das big bands dos anos 60? Charlie era, em 1962, desenhista em uma agência inglesa de publicidade e hesitou muito antes de aceitar o convite para ser baterista dos Stones. Entretanto, Watts sempre foi, "in pectore", um jazzman e por isso formou uma big-band com nada menos que três dezenas de integrantes. Dos 20 anos de militância no rock, Charlie transferiu agora para o jazz toda sua força de impacto e entusiasmo aos músicos sob sua liderança. Depois de realizar uma turnê pelos EUA, revivendo os tempos das grandes formações, a banda de Watts apresentou-se num espetacular concerto na Fulham Town Hall, na Inglaterra, que resultou no belíssimo álbum que a CBS edita agora. A frente de uma grande orquestra, Watts revive standards dos anos dourados da música mais harmoniosa e criativa. A outra preciosidade que chega às lojas é o álbum duplo, reunindo diferentes sessões de Tony Bennett com jazzmen da mais alta expressão como Stan Getz, Herbie Hancock, Zoot Sims, Jo Jones, Ruby Braff, Tony Flanagan, "Sweet" Edison, entre outros. Há muito reconhecido como o legítimo herdeiro de Sinatra, Tony Bennett esbanja categoria nas 24 seleções que formam o repertório deste álbum - clássicos como "I Can't Believe that You're in Love with Me", "Stella by Starlight", "On Green Dolphin Street", "Solitude", "Lullaby of Broadway", etc. As gravações variam desde dezembro de 1954 até março de 1965, com diferentes formações.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
6
16/08/1987

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