Durante muitos anos residiu em Curitiba um jornalista chamado Juan Emilio Serrat, que depois de trabalhar em vários jornais acabou emigrando para a Guanabara. A lembrança é feita ao notarmos o aparecimento do disco de Joan Manuel Serrat, que a Phlips está coloacndo agora no mercado brasileiro. Tendo representado a Estanha no IV Festival Internacional da Cancão, na Guanabara, Serrat apareceu como ua voz renovadora dentro da música espanhola, saudado inclusive como um cantor de protesto. Num disco em que há um repertório capaz de agradar a gregos e troianos - do clássico "La Paloma" de Rafael Alberti ao moderno "Penelope" do próprio Serrat em parceria com Augusto Alqueró - que defendeu no IV FIC - destacam-se as músicas de Serrat. É impressionante como desconhecemos o que faz de novo em matéria de arte nos países de língua espanhola: o cinema argentino continua inédido no Brasil (nem a premiação e "Martin Fierro" de Torre Nielson fêz com que a fita fosse lançada comercialmente no Brasil), a literatura latino-americana só agora começa ser editada em português (depois do sucesso de "Cem Anos de Solidão" de Garcia Marques) e fonogràficamente também pouco conhecemos. Música cantor notável, o argentino Leonardo Fave - com vários lps gravados na CBS - (um dos quais, CBS-8901, "Fuiste Mia Um verano", foi o maior sucesso de vendas daquele país em 1968) permanece totalmente desconhecido entre nós. Estes comentário são aqui feitos para salientar a importância no fato da Philips ter [lembrado-se] de editar o lp de Juan Manuel Serrat, não só um bom cantor, mas um excelente compositor como demonstra em onze das 12 faixas deste lp: "Penelope", "Tu Nombre He Sabe a Yerba", "Poema de Amor", "Balada de Otoño", "En Cualquier Lugar", "Mis Gaiviotas", "El Titiritero", "Poco Antes De Que Las Diez", "En Munestra Casa" e "Miguel".

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Nenhum

Coluna ou Seção: Disc-Review

Página: 12

Data: 24/01/1970