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Aramis

Karajan vive e três álbuns comprovam sua genialidade

Poderia até aparecer oportunismo, mas não é. Afinal, há anos e anos que a Polygram inclui regularmente em seus suplementos eruditos, mensais, gravações com o mais famoso maestro do mundo - Herbert Von Karajan. Com uma incrível produção, a frente não só da Filarmônica de Berlim, onde substituiu ao lendário Wilhelm Furtwangler (1886-1954) e permaneceu até 24 de abril último - mas também regendo outras notáveis orquestras do mundo, das quais foi titular, como a da Ópera Estadual de Viena (1957-1964), e os Osterftspiele de Salsburgo (que criou em 1967), Karajan tem uma obra imensa - e que com o advento do CD vinha sendo totalmente reprocessada (e muitas peças, regravadas) com a perfeição do som laser. Assim é apenas coincidência que uma semana após a morte do mais famoso maestro contemporâneo - faleceu aos 81 anos, no último dia 16 de julho, em Anif, na Áustria - a Polygram coloque nas lojas mais três gravações com regências de Von Karajan - duas com a Berliner Philharmoniker e uma com a Filarmônica de Viena. Desnecessário qualquer registro maior sobre a importância de Karajan para a música clássica, bastando a informação de que há nas lojas estas três gravações, também disponíveis em CD - já que o público consumidor é exigentíssimo. Com a Filarmônica de Berlim, temos as sinfonias nº 29 em Lá Maior e a Sinfonia nº 39 em Mi Bemol Maior, de Wolfgang Amadeus Mozart, gravadas em fevereiro e setembro de 1987, respectivamente. Num segundo álbum, mais duas obras de Mozart (1756-1791) - o "Divertimento" em Ré Maior e a "Serenata" em Ré Maior (a chamada "Serenata Noturna"), em gravações mais antigas (setembro de 1983). Já com a Filarmônica de Viena, numa gravação ao vivo, realizada no decorrer das filmagens do documentário "Karajan em Salzburgo", de Susam Fromke e Peter Gelb (agosto/1987), temos a Filarmônica de Viena, tendo a soprano Jessye Norman como solista, interpretando árias de óperas de Richard Wagner (1813-1883). No lado um a abertura de Tanhauser e o Torneio dos Cantores de Wartburg e o "Idílio de Siegfried". No lado dois, o prelúdio do primeiro ato e a "Morte de Isolda" de "Tristão e Isolda". Também a CBS, que disputa corpo a corpo com a Polygram, o mercado erudito, colocou recentemente nas lojas uma gravação da Filarmônica de Berlim, mas com a regência de Daniel Beremboim, 47 anos, pianista e regente israelense, 34 anos de carreira e tido, para muitos, como presumível herdeiro de Von Karajan. Com sua técnica admirável - e mais o virtuosismo da Filarmônica de Berlim, Beremboim conduziu a gravação de duas sinfonias - as de número 3 e 5 - de Franz Schubert (1897-1828). A Sinfonia nº 3 foi escrita quando Schubert tinha 18 anos, entre 24 de maio a 19 de julho de 1815, época em que ganhava sua vida como mestre escola, trabalhando com determinação em sua música, durante suas horas livres. Já a Sinfonia nº 5 foi escrita no ano seguinte, entre setembro a outubro de 1816. Outro lançamento erudito da CBS é do pianista Murray Perahia, com membros do Quarteto Amadeus - Norbert Brainin (violino), Peter Schidlof (viola) e Martin Lovett (violoncelo), executando o quarteto para piano e cordas, opus 25, que Johannes Brahms (1813-1897) criou em sua juventude. Primeira das três obras para piano e trio de cordas que publicou e é também a que mais agradou imediatamente. Este quarteto foi executado pela primeira vez em Hamburgo no dia 16/11/1986 com Clara Schumann ao piano.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
24
23/07/1989

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