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Karam, Nicolau & teatro

Mestre de português de várias gerações, em quase 40 anos de atividades em colégios públicos e particulares na Universidade Federal do Paraná, o professor Benedito Nicolau dos Santos Filho, 65 anos, têm sabido usar suas horas de aposentado para trabalhar sobre o valioso material que herdou de seu pai, o jornalista, maestro, músico e compositor Benedito Nicolau Santos (1878-1956), autor de uma obra básica, cuja reedição deve merecer especial atenção da coordenadoria implantação pelo Secretário Luís Roberto Soares, de Cultura e Esportes, para ativar a parte editorial: "Sonometria e Música", em 4 volumes. Ao mesmo tempo que, com ajuda da atual diretoria da Fundação Teatro Guaíra publicou "Aspectos Gerais do Teatro na Cultura Paranaense", já impresso e apenas a espera de data para lançamento, o professor Santos Filho também conseguiu recursos, estes da Câmara Municipal de Curitiba, para edição de outra antologia de textos ligados a uma temática comum: "Vereador Elias Karam, um curitibano nas trincheiras da literatura". Homenagem pessoal Elias Karam (1902-1975), vereador em várias legislaturas, escritor, revolucionário em 1932 intensa vida pública, Benedito Nicolau dos Santos Filho ampliou as 255 páginas deste seu livro com textos significativos, relacionados a nossa cidade e ao Paraná, não só de sua autoria, mas de vários outros escritores, jornalistas e poetas. Assim a primeira parte de sua obra foi dividida em "Aspectos Históricos da Cidade de Curitiba", "Sinfonia Curitibana", "Sinfonia Religiosa", "Sinfonia Sentimental", "Curitiba e seus Menestréis", "Os Libaneses e o momento nacional". Na segunda parte, mais especificamente dedicada ao homenageado - dividi-se em "Elias Karam - Tributo a Um Homem Bom", "Um curitibano nas Trincheiras da Literatura" e "A cidade que eu mais amo". O título escolhido pelo professor Benedito Nicolau dos Santos Filho justifica-se porque Elias Karam, quando estudante de direito, junto com colegas da Universidade Federal do Paraná, em férias em São Paulo, acaba integrando-se entre os revolucionários paulistas que há 47 anos insurgiram-se, a partir de 9 de julho de 1932, contra o Estado Novo imposto por Getúlio Vargas. Os revolucionários paranaenses foram além de Elias Karam, os advogados Norberto de Miranda Ramos, Osny Duarte Pereira (este há anos radicado no Rio, autor de importantes livros), Fausi Abib Albimussi, Paulo Medeiros, Ney Leprevost e Francisco Zicarelli Filho. O relato da participação de Elias Karam e seus companheiros na revolução constituinte de 1932, "Um Paranaense nas Trincheiras da Lei" - editado em 1943 - chegou a ser uma das obras citadas na bibliografias consultada pelo brazilianist John Foster Dullers Jr., em seu estudo sobre o presidente Getúlio Vargas, que recorreu também a um livro do ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto. Outro aspecto que torna valiosa a publicação de "Vereador Elias Karam - Um Curitibano nas Trincheiras da Literatura", é a nota de orelha, com texto do inesquecível jornalista Ali Bark, fundador e editor da revista "Rumo Paranaense", falecido há poucos meses - e que foi, para todos que tiveram a alegria de conhecê-lo, uma das melhores pessoas desta nossa cidade. *** Enquanto "Aspectos Geraes do Teatro na Cultura Paranaense" de Nicolau dos Santos Filho aguarda lançamento - possivelmente justificada pela transformação que passará a Fundação Teatro Guaíra, com reestruturação (e ampliação) de sua diretoria e fortalecimento para agilização em várias áreas, a Fundação Cultural do Estado da Bahia, criada há 5 anos, está agora lançado o segundo volume da coleção Silio Boccanera Júnior. Trata-se de "História do Teatro" de Nelson de Araújo, 52 anos, desde 1959 professor desta disciplina na Universidade Federal da Bahia, e que anteriormente já teve três livros publicados, infelizmente, como tantos outros volumes, de circulação restrita ao seu Estado: "Um acidente na estrutura e outras histórias" (1957), "A companhia das Índias" (farsa em 3 atos, 1959, peça encenada em 1968) e "Chico Autos do Recôncavo" (1977, escrito para as comemorações do tricentenário da arquidiocese da Bahia e encenado em 1976). Tradutor de peças de Oscar Wilde ("Salome") e Shakespeare ("Macbeth"), além do ensaio "Problemático da estética e estética fenomenológica" de Géiser Mortiz, Nelson de Araújo tem outros trabalhos publicados um novo livro para ser lançado, "Duas Formas do teatro popular do Recôncavo baiano". *** Hoje, na Casa Romário Martins, a Editora Beija Flor, promove noite de autógrafos se seis livros de autores paranaense, com contos, novelas, romances e cartuns. Os livros a serem lançados - alguns já impressos há meses, outros só ficaram concluídos nesta semana - são "Os Amigos da Noite" de Fernando Nogueira, "1971" de Reinoldo Atem, "Você Já Viu Uma Flor?" de Eusébio Maestri, "Pra Mim Chega", antologia de cartuns de Rematozzo, Solda, Dante, Miriam, Douglas e Tiago, "A Cidade de Alfredo Souza" de José Angelo e "Semeadura" de Werner Zots, diretor editorial da Beija Flor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
04/04/1979

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