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Aramis

As lindas meninas da música rurbana

Rompendo o machismo da música rurbana, estão aparecendo as duplas femininas. Num universo ainda dominado pelos homens, apesar de algumas exceções ao longo dos anos - como a inesquecível Inhana (Ana Eufrosina da Silva Santos, 1919-1981), companheira de Cascatinha (Francisco dos Santos, 1919) por 40 anos - ou, mais recentemente, as Irmãs Galvão - as mulheres sempre foram admitidas, no máximo, como parceiras. Entretanto, na conquista de seus espaços, temos agora duplas femininas com uma presença em escalada neste universo da música brasileira. E duplas formadas por belas e atraentes jovens, trajes e olhares sensuais - longe da imagem caricata (e preconceituosa) da mulher interiorana de antigamente. Ao contrário, uma integração urbana e extremamente liberada, a começar pelas imagens e que se completa nas letras audaciosas. Por exemplo, "As Mineirinhas" Sandra e Valéria, num elepê curioso ("Totalmente Apaixonada", Copacabana) embora interpretem canções rancheiras ("A Rival", "Delírios de Amor", "Cinqüenta Graus de Amor"), fazem questão também de adjetivar algumas faixas como "Ritmo Jovem", "Não Sofra Assim, Paixão" e "Totalmente Apaixonada". Sandra e Valéria falam de amor que dá certo ou errado, de encontros e desencontros e não deixam de transmitir um certo desalento em certos momentos. Também falta à dupla uma vocalização mais forte e segura. Em compensação a dupla Vera (Dulce Vera Rossi, 20 anos) e Vania (Dulce Vania Rossi, 18 anos), paulistas de Pindamonhangaba, impressionam pelo vigor da voz que trazem no elepê "Coração Manhoso" (RGE, 1984). Cantando juntas desde pequenas, tiveram - pelo belo tipo físico - convites para gravar músicas populares "em estilo sensual sofisticado, o que não era objetivo da dupla" como diz o release da gravadora. Dois produtores da TVS, Roberto Jorge e Ademar Dutra, a apresentaram a Mister Sam, que embora identificado mais a produção roqueira teve suficiente sensibilidade para produzi-las de forma a que não perdessem a ingenuidade e pureza de intérpretes de músicas como a clássica "Beijinho Doce" de Nhô Pai, que apesar de ter tido até hoje tantas e diferentes interpretações, ganhou em suas vozes um tratamento especial. Outros autores rurais também foram incluídos como José Fortuna ("Na Hora do Beijo", parceria com Carlos Cézar). Mesmo autores jovens e rurbanos, quase brega, entregaram a Vera e Vania, canções apropriadas ao seu estilo. É o caso de "Cartão Postal" (Carlos Alexandre) e "Menina Triste" (Carlos Cézar/V. Keer). Independente de apreciações mais profundas, estes dois discos merecem registro por trazerem belas moças na música rurbana. Que, curiosamente, em termos de cantores masculinos tem proporcionado o lançamento de dezenas de homens que, absolutamente, não tem nada de visualmente atraente. Mas que nem por isto deixam de vender milhares de cópias de discos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
31
31/03/1985
é lógico q Beijinho Doce foi melhor na voz da minha mãe e da minha tia!!!!!! Eles são d+!!!!!!!
E na minha opinião a inspiração dos personagens foi apartir da dupla Vera e Vania, onde uma delas largou tudo para casar, por amor!!!! Elas continuam cantando divinamente!
Receberam um grande incentivo da vó Raquel, a quem inclusive fizeram dedicatória na capa do disco que gravaram.

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